TRAVANCA DE LAGOS (Oliveira do Hospital): Irmandade de S. Pedro celebrou condignamente 390 anos de vida

Vinte e um Maio de 2022 foi dia de festa entre a comunidade de Travanca de Lagos, porque foram celebrados os 390 anos de vida da Irmandade de S. Pedro, uma das mais antigas do país, sendo hoje constituída por 88 irmãos e irmãs, sendo atualmente os irmãos que mais anos têm de incorporação: Feliciano da Silva (57 anos), Mário M. Santos (53 anos), Albertino Miguel (52 anos), Tomás Pedro (49 anos) e António M. S. Mendes (48 anos).

Antes da missa, celebrada pelo padre António Loureiro, a Irmandade deslocou-se ao cemitério, para homenagear os irmãos falecidos.

«As comunidades são vivas e dinâmicas quando têm estas instituições…»

Durante o almoço-convívio, servido pelo Restaurante “A Saborosa” a mais de 100 convivas na sede da Junta de Freguesia, foi o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, a intervir, dado que se tinha de ausentar para outro acontecimento concelhio, aproveitando para saudar todos os que ali estavam para celebrar os 390 anos da Irmandade, relembrando aqueles que a criaram e aos que hoje lhe dão força para continuar, pois, como afirmou, «as comunidades são vivas e dinâmicas quanto têm estas instituições, como a Irmandade de S. Pedro», dizendo que era uma honra estar ali, recordando que no início do seu mandato esteve presente a presidir ao lançamento do livro de Feliciano da Silva, sendo agora «uma honra estar ali novamente num sinal de vida e de continuidade, com vontade e dinâmica», deixando votos de que «daqui a 10 anos todos estejamos aqui para celebrar os 400 anos».

Depois da vereadora Graça Silva ter oferecido uma placa oferecida pela Câmara Municipal, a qual manifesta «o seu reconhecimento e gratidão pelos relevantes serviços prestados à sua comunidade pela Irmandade de S. Pedro», José Francisco Rolo diria ainda que o município estará sempre disponível para apoiar conjuntamente com as Juntas de Freguesia, Fábricas da Igreja e Irmandades, no sentido «de cada um de nós sentirmos o coração a pulsar pelas coisas de cada uma das suas comunidades».

Tomás Pedro foi reconhecido

Nuno Santos, presidente da Junta de Freguesia de Travanca de Lagos, realçou a longevidade da Irmandade, uma instituição que honra a comunidade e o concelho, «que jamais parou, tendo como juiz Tomás Pedro, que desde há 16 anos assume este cargo, jamais deixando cair a Irmandade», dizendo que «é uma alegria estarmos juntos nesta casa que é de todos nós», a qual se encontra requalificada.

Também Feliciano da Silva, que com orgulho referiu que seu bisneto, Pedro Ferreira, é o irmão mais novo da Irmandade, deu os parabéns e agradeceu a Tomás Pedro o empenho que vai dando à Irmandade, dizendo que em tudo o que puder estará disponível para ajudar.

Após o enfermeiro João Duarte ter explicado como conseguiu organizar os documentos históricos da Irmandade e os fez reviver para os tempos atuais, foi o presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital e deputado da Nação, José Carlos Alexandrino, a vincar que «a palavra saudade tem a ver com esta Irmandade, que após 390 anos se encontra viva e bem viva», não deixando de exaltar as famílias e gerações que a criaram e a mantiveram até hoje. Realçando o papel da Igreja nas comunidades, sentiu-se muito satisfeito de «estar aqui novamente no meio deste povo maravilhoso» e disse que «a política deve existir sim, mas na altura própria, depois disso, devemos todos trabalhar para o bem comum», vincando ainda que «as boas obras são aquelas que ficam no coração das pessoas, feitas pelas autarquias».

Entrega de placas aos irmãos mais antigos

Depois de serem entregues placas aos cinco irmãos mais antigos, que na abertura desta nota se faz referência, foi o juiz da Irmandade, Tomás Pedro, a relembrar que, na realidade «os homens morrem mas as instituições ficam», recordando que «na nossa Irmandade tricentenária passaram centenas e centenas de homens e mulheres que merecem ser lembrados, «bem como os que de longe vieram para estarem aqui connosco neste dia».

Recordando o papel que as Irmandades têm na prestação de serviços sobretudo à Igreja, quer em procissões, funerais e outros eventos, desde que sejam solicitados, interrogou-se sobre quantas vidas já durou, e quantas passaram nas suas fileiras em todos estes anos, e «temos a certeza que vão percorrer mais vidas, vividas com vontade, querer e até devoção», e num gesto de louvor, de respeito e gratidão para esses nossos antepassados, que continuam a ser um exemplo para os seus continuadores», Tomás Pedro pediu que todos guardassem um minuto de silencio em memória dos irmãos e irmãs já falecidos, sendo «a melhor forma de respeitarmos a memória daqueles que nos antecederam e que tanto contribuíram para que esta instituição chegasse aos dias de hoje, sendo a forma de prosseguirmos o seu empenho, a sua determinação e o seu apreço pela Irmandade de S. Pedro» e reconhecendo o juiz que «no momento atual em que vivemos não é fácil, mas todos em conjunto vamos procurar fazer o melhor para que a nossa Irmandade não acabe», informou que se tinham inscrito mais quatro irmãos, e de seguida entregou uma medalha comemorativa aos irmãos presentes.