VALE SERRÃO (Pampilhosa da Serra): «Varandas do Zêzere» como novo atrativo

Foi no passado dia 24 de Abril que as «Varandas do Zêzere», miradouro virado para o Rio Zêzere, de onde se admira um espetacular panorama, foi inaugurada a sua requalificação, com a colocação de bancos e um baloiço, o que permitirá a todos os que ali se abeiram possam desfrutar de uns momentos ricos, onde a natureza mostra a sua beleza em toda a sua plenitude.

E foi naquele espaço que os valeserrenses se reuniram, para depois avançarem para a sede da União Progressiva, onde cerca de 100 convivas confraternizaram na Sala José Bernardo das Neves, grande regionalista, almoço que também serviu para homenagear dois valesserenses – António Barata Lopes, que aproveitou para lançar o seu livro «Estórias Trágico Marítimas de um Pampilhosense» e António Martins, construtor da guitarra portuguesa, que algumas delas acompanharam as fadistas Marisa e Cuca Roseta.

A presidente da União, Élia Maria Rocha, sentiu-se muito satisfeita por «após dois anos voltarmos a uma casa que nos diz muito e novamente nos juntarmos em mais um almoço de convívio» e deixou algumas notas sobre a prevenção que deve existir em redor da aldeia, chamando a atenção dos proprietários para a limpeza dos seus terrenos, candidatando-se ao projeto Aldeia Segura, e que nessa limpeza sejam salvaguardados a oliveira e o medronheiro e deixou a nota de que «vamos contatar os proprietários para os ajudar neste sentido».

Nuno Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, não deixou de louvar as homenagens que estavam a ser prestadas, que «são pessoas que enriquecem a comunidade de Vale Serrão» e que com a inauguração das Varandas do Zêzere vem enriquecer Vale Serrão, sendo «um prazer a Junta ter colaborado neste projeto». Sobre «Aldeia Segura», disse ser uma candidatura que temos de ter em conta, para salvaguardar a segurança das aldeias, para que não aconteça como em 2017, onde Vale Serrão foi o espelho dessa destruição e como referiu «são candidaturas que vigoram durante 5 anos», e informando que sendo 100 metros o espaço que deve ser limpo para a segurança das aldeias, disse que «estamos disponíveis para colaborar».

Jorge Custódio, presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, registou que, passados dois anos, este era o primeiro ano sem máscaras e na pessoa da Élia e seus companheiros, saudou as coletividades, «sendo estas que ainda têm um papel preponderante no progresso das aldeias, reunindo os seus conterrâneos» e sobre o Condomínio das Aldeias, embora havendo 109 no concelho, apenas 10 fizeram candidaturas e uma delas foi a de Vale Serrão.

Falando no projeto que está em curso, sobre a reorganização florestal, e da plantação da vinha sobre o Zêzere, que embora tenham já sido arrendados 70 hectares, são precisos 170 para entrar neste projeto e por isso pediu a compreensão dos proprietários, para que «não podem estar agarrados ao passado» e por isso pediu colaboração, «porque os terrenos continuarão a ser seus». Em relação às casas destruídas, algumas ainda visíveis na aldeia, disse Jorge Custódio que é necessário reconstruí-las, no sentido de proporcionar alojamento às pessoas que nos visitam e não só. E sobre os homenageados, o Presidente da Câmara agradeceu pelo que têm feito e «Vale Serrão reconhecer os seus é um sintoma relevante».

Apresentação do livro «Estórias Trágico Marítimas de um Pampilhosense»

Depois de apresentado um vídeo em relação aos dois homenageados, o livro de António Barata Lopes, que «não sendo uma autobiografia, mas sim uma vida passada na via marítima», como salientou o autor, foi apresentado por seu primo António Lopes, professor de Filosofia, afirmando este que «alguém de Vale Serrão que escreve um livro é uma grande valia para a comunidade a que pertence, e escolhendo a profissão que escolheu foi e é um símbolo do emblema português».