De sexta-feira a domingo, o IV Festival do Petisco de Arrifana e a primeira Feira Medieval nas Terras de Poyares acabaram por se constituir naquela que foi uma grande festa histórica de Vila Nova de Poiares.
Uma festa que contou com a organização da Junta de Freguesia de Arrifana em colaboração com a Academia Cultural de Terras de Poyares e ainda com a participação e parceria de associações da freguesia, nomeadamente comissões de festas de Santa Maria e do Sobreiro, Centro de Convívio do Carvalho, Centro de Convívio do Soutelo, Rancho Folclórico, Poyares Rotações e Grupo Motard de Vila Nova de Poiares e que, numa mistura entre a recriação de tempos medievais, a muita animação e os muitos petiscos, acabou por ser um êxito ao trazer alguns milhares de pessoas aos terrenos circundantes da igreja matriz.
“Visando também criar uma fonte de receita para as associações envolvidas”, como disse, na apresentação do Festival, o presidente da Junta de Freguesia de Arrifana, José Henriques, e que nos espaços que lhes estavam reservados tiveram à disposição muitos e saborosos petiscos, não havendo mãos a medir para servir desde a chanfana aos negalhos, desde o arroz de bucho às pataniscas, desde os peixes do rio aos enchidos e aos queijos, que fizeram as delícias dos muitos visitantes que, nos três dias, se juntaram para conviver, para se encontrar e para degustar estas especialidades, sem esquecer algumas novidades com sabores e saberes ancestrais apresentados e trazidas pela Academia Cultural de Terras de Poyares.
E os desejos do presidente da Junta de Freguesia de Arrifana acabaram por ser cumpridos, porque além de haver “um esmerado serviço nas tabernas de petiscos, barracas de mercadorias e mesteirais”, não deixaram de haver também e de entre outras, “as recriações históricas das Terras de Poyares, os cortejos régios, torneios a cavalo e arregimentação para as lides da guerra, a missa solene, tudo isto a contribuir, como era propósito da organização, “dinamizar a Arrifana e o concelho de Poiares”, privilegiando “a proximidade da comunidade, os festivaleiros”, numa palavra “unir toda a gente de forma a cultivar o sentimento de pertença ao território e, através daquele que é o seu evento de referência, reforçando a ligação dos mais novos à terra”.
Mas este ano e “com a criação da Academia Cultural de Terras de Poyares, fundamentada em estudos históricos, temos a missão de retratar o século XII, quando da primeira Carta de Foral dadas às Terras de Poyares pela rainha D. Dulce, a Albergaria da Arrifana e o Convento de S. Miguel”, como disse José Henriques, acrescentando que “foi na Arrifana que nasceu o concelho de Vila Nova de Poiares”. E como era propósito da organização, este acontecimento histórico acabou por ficar bem vincado e a marcar este Festival e a Feira Medieval nas Terras de Poyares que levou as pessoas a uma viagem pelo tempo, onde faltou ainda a Lenda do Bispo Negro, o teatro com malabares de fogo “Milagre das Rosas” e que encerrou com o sermão do pregador de fora sobre os malefícios da alma e os desmandos das heresias.
Foram três dias de festa não só para as gentes residentes na freguesia e no concelho, para muitos que vieram de fora e mesmo motivo de paragem para aqueles que, ao quilómetro 245,5 da Estrada Nacional 2, não deixaram de fazer uma pausa na sua viagem e passar pelos terrenos circundantes da igreja matriz de Arrifana, onde a animação e muitas actividades foram constantes e que numa diversidade entre o moderno e um passado muito longínquo, acabaram por levar a uma viagem ao quotidiano das gentes da freguesia, também representada pelas três centenas de expositores com artesanato, gastronomia, cerveja artesanal, entre outros, que participaram IV Festival do Petisco de Arrifana e naquela que foi a primeira Feira Medieval nas Terras de Poyares.