Nos passados dias 1 e 2 de Julho, a FILVAR – Filarmónica Varzeense comemorou, em festa, o seu 121.º aniversário.
Uma festa significativa e importante com início a 1 de Julho, com a audição da Escola de Música, na capela da Costeira, e um rali paper a percorrer as aldeias da freguesia e que teve o seu ponto alto no dia 2 de Julho, domingo, com missa seguida de procissão, a romagem ao cemitério para homenagear os músicos, directores e amigos já falecidos, “o momento serve para homenagear todos aqueles que já fizeram parte da Filarmónica e que foram muito importantes para esta colectividade”, como referiu o presidente da direcção, João Bruno Martins, aludindo em particular ao saudoso Amorim Garcia, antigo presidente da FILVAR.
Depois foi o acolhimento à Banda convidada, a Sociedade Filarmónica Turquelense, seguido do almoço (servido na sede da Associação dos Amigos da Várzea Pequena e que reuniu directores, executantes, familiares e amigos, bem como autarcas e representantes das instituições locais), da breve arruada, entrega de prémios do rali paper e concerto comemorativo no adro da igreja (que contou também com a participação da goiense Tatiana Pinheiro que, em conjunto com a Filarmónica, interpretou o tema “Hallelujah”) e com a Filarmónica Turquelense, durante o qual a FILVAR não deixou de reconhecer também a “dedicação” de um dos seus executantes, António Alves, que há 55 anos faz parte da Filarmónica.
Homenagem a António Alves
E como recordou João Bruno Martins, a entrada de António Alves para a Filarmónica coincidiu com o seu ressurgimento, em 1968, pelo que e como salentou, “regozijamo-nos por actualmente termos nas nossas fileiras alguém que nos pode contar as histórias de 1968”, entregando ao homenageado uma lembrança (um quadro com a sua foto), não deixando de agradecer também a todos aqueles que apoiaram a realização deste evento, nomeadamente “à Câmara Municipal de Góis, à Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, à Cooperativa de Vila Nova do Ceira, ao João Silva, à Associação dos Amigos da Várzea Pequena, ao Álvaro Garcia e aos membros da Fábrica da Igreja de Vila Nova do Ceira”, bem como à Banda convidada, aos maestro e filarmónicos por todo o seu trabalho, pela dedicação à FILVAR que, apesar de centenária, continua cada vez mais rejuvenescida.
Mas também os executantes Bernardo Dias e Francisco Ferreira foram agraciados com o “Prémio Dedicação” (atribuído pela direcção) e com o “Prémio FILVAR” (atribuído pelos músicos), ao mesmo tempo que durante o concerto (que teve lugar na igreja matriz) se estreou um percussionista, Guilherme Silva, e foi apresentado um novo instrumento, um clarinete baixo, adquirido com o apoio do Município de Góis.
O maestro Nuno Alves, referindo-se ao executante Francisco Ferreira, reconheceu que teve “uma evolução brilhante” e, “tal como em anos anteriores, existe a entrega do prémio FILVAR, onde cada músico tem direito a um voto e vota naquele músico que para ele é um exemplo de dedicação, empenho, assiduidade, pontualidade, entreajuda e solidariedade”, quanto ao prémio entregue ao músico Bernardo Dias, chefe de naipe da percussão, disse que “é o primeiro a chegar e o último a sair e merece muito este reconhecimento, como prémio de responsabilidade e empenho. (…) É uma pessoa que sempre foi muito responsável e que está num instrumento que é muito ingrato”, salientando ainda que os músicos da percussão “são os primeiros a chegar, para montar os ‘1001’ instrumentos que têm e são os últimos a sair, para desmontar e arrumar os instrumentos que tocam e, por isso, têm uma tarefa um bocadinho mais exigente que os outros”, terminando por deixar os agradecimentos à Câmara Municipal, na pessoa do seu presidente, Rui Sampaio, pelo apoio monetário concedido para a aquisição de um clarinete baixo, recordando que “no último concerto, lançámos-lhe um desafio, esse desafio já foi cumprido e estamos a estrear um instrumento novo, que vem enriquecer os timbres da Filarmónica”.
“Excelente trabalho” que tem sido desenvolvido pela FILVAR, como reconheceu também (e agradeceu) o presidente da Junta de Freguesia, Alberto Machado, mostrando-se “satisfeito” com o número de elementos que integram a Filarmónica, enquanto o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, depois de se congratular pelo facto da FILVAR ser uma Banda, “rejuvenescida, com muitos músicos jovens”, não deixou de salientar e reconhecer “o trabalho da direcção, mas também do maestro Nuno Alves que, desde que entrou para a FILVAR, tem feito um trabalho notável”, pelo que “a Filarmónica se apresenta renovada e com um excelente reportório”.
“Qualquer um de nós que vem acompanhando a FILVAR vai-se apercebendo da sua evolução, de concerto para concerto”, considerou Rui Sampaio, sem deixar de reconhecer que isso acontece “não só pelo trabalho do maestro”, mas também “pelo trabalho dos músicos e da direcção”, felicitando ainda os executantes premiados, “esta distinção só foi possível porque há dedicação, trabalho, empenho e bons valores, valores que também vêm de casa”, António Alves e todos os varzeenses pela “forma como se identificam com a sua Filarmónica, como se envolvem, como lhe reconhecem o valor e como a ajudam”, sem esquecer a Banda da Sociedade Filarmónica Turquelense.
O presidente da Câmara, referindo-se à aquisição do novo instrumento, considerou que “tem de haver, de facto, uma sensibilidade daquilo que se está a dar, para ajudar uma instituição que trabalha para a cultura e para a educação dos nossos jovens”, pelo que “é nossa obrigação ajudar os jovens a encontrar o seu caminho”, terminando por deixar o apelo para que “continuem este trabalho” e a certeza que “da parte do Município, certamente, irão continuar com o nosso apoio”.
A presidente da Assembleia Municipal, Helena Moniz, felicitou os executantes distinguidos e congratulou-se também com o trabalho desenvolvido pela Filarmónica Varzeense, de parabéns pelos 121 anos e votos para que continue, tempos fora, a honrar, a levar longe, a prestigiar e a orgulhar a freguesia de Vila Nova do Ceira e o concelho de Góis.