No dia 3 de Julho, a FILVAR – Filarmónica Varzeense comemorou 120 anos pelo que, e como considerou o presidente da direcção, João Bruno Martins, “a Filarmónica é o nosso orgulho e o orgulho de todos os varzeenses”.
Orgulho que mais uma vez ficou bem demonstrado nas comemorações de tão importante e significativa data, com a participação de tantas pessoas, tantos amigos no almoço comemorativo, realizado no pavilhão da Casa do Povo, para partilharem da alegria de mais um aniversário da sua Filarmónica, e depois no concerto realizado no adro da igreja pela Filarmónica aniversariante e pela convidada Banda Sociedade Filarmónica Alvaizerense de Santa Cecília.
Dois momentos altos e muitos cheios a assinalar os 120 anos da FILVAR, ao longo dos quais e como considerou o presidente da direcção, “não tem sido fácil manter esta Filarmónica, mas todos lutamos para que se mantenha” e, para isso, além de contar nas suas fileiras com “muitos jovens e alguns menos jovens, mas todos empenhados e entusiasmados para a música”, tem contado e continua a contar também com “a colaboração da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia, da Cooperativa de Vila Nova do Ceira e de toda a população, que muito têm contribuído para o nosso crescimento e desenvolvimento”.
Crescimento e desenvolvimento que, nestes últimos dois anos, foi travado pela pandemia que “determinou o isolamento, o encerramento das festas e todos nós tivemos de parar”, como referiu João Bruno Martins, obrigando a cancelar projectos e objectivos, festas, mas que mesmo assim e “quando nos dedicamos de alma e coração a uma Filarmónica centenária” e apesar “de muitas restrições”, o trabalho foi continuado, “o nosso lema sempre foi e continuar a ser o mesmo NÃO DESISTIR” e, em 2022, foi finalmente gravado o primeiro CD, “sem dúvida um marco histórico na vida da Filarmónica”.
“Retratos de uma história” é o título do CD, que além de recordar a história da FILVAR, não deixa de “recordar algumas pessoas que foram extremamente importantes ao longo destes 120 anos de existência”, como disse o presidente da direcção, que pediu uma salva de palmas para todos os músicos, para o maestro Nuno Alves, para todos aqueles que tornaram possível este sonho, de cujo “resultado final nos orgulhamos” e que foi a gravação deste que foi o primeiro trabalho discográfico da Filarmónica.
Reconhecimento ao filarmónico António Alves pelos seus 54 anos de dedicação à causa da música
Filarmónica que, apesar de ter nas suas fileiras gente muito jovem, não deixa de ter também pessoas menos jovens e, por isso, em dia de aniversário, não deixou de ser importante o momento de reconhecimento ao filarmónico António Alves, pelos seus 54 anos de dedicação à causa da música e que recebeu de João Bruno Martins o testemunho da gratidão e foi apontado como exemplo a seguir pelos mais novos, a quem não deixou de agradecer também, a todos os outros músicos “que não sendo profissionais têm trabalho com todo o profissionalismo”, ao maestro Nuno Alves e, citando Fernando Pessoa, “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
Foram também esses os sentimentos manifestados pelo presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, começando por considerar que “para o Município de Góis é uma honra estar aqui presente na comemoração dos 120 anos da FILVAR”, acrescentando que “nem todas as instituições se podem gabar de chegar a esta idade e, quando chega, pensar como é que aqui chegou e porque é que aqui chegou, pelo querer de todos aqueles que, ao longo dos anos, se lhe dedicaram através da sua vontade, através do seu amor, através do gosto que tinham pela música. E esse amor está aqui expresso, hoje, no número de pessoas que se associaram a este aniversário. E isto é significativo da importância que a FILVAR tem no panorama associativo, cultural e recreativo do nosso concelho”.
Presidente da Câmara apelou aos jovens para que “não percam a ligação à Filarmónica”
E depois de recordar o privilégio que teve em lidar com algumas pessoas “que por aqui passaram e que tiveram uma presença marcante e determinante na FILVAR”, como o saudoso Amorim Garcia, “para quem peço uma grande salva de palmas”, Rui Sampaio não deixou de ter também palavras de muito apreço para com o maestro Nunes Alves e para a actual direcção, “pelas alterações significativas” na Filarmónica que “rejuvenesceu, cresceu em número de elementos, na qualidade e todo este trabalho culminou na gravação do CD, que fica como um marco para a posteridade”, para salientar depois que “hoje estamos aqui perante uma Filarmónica com muitos jovens, e quero dirigir-me a eles em particular, porque as Filarmónicas têm vários momentos da sua vida, este é um momento de crescimento, mas o mais importante é manter este grupo e isso é o mais difícil”, deixando por isso o apelo para que “não percam a ligação à Filarmónica. É possível quando se tem vontade, quando queremos permanecer, quando se gosta”.
O presidente da Câmara referiu ainda que “percebemos perfeitamente as dificuldades de uma actividade desta natureza” e, por esse facto, deixou à direcção a certeza de que pode contar “com o Município de Góis para ajudar naquilo que foi possível”, reconhecendo que “as Filarmónicas são entidades onde se aprende música, onde se desenvolve uma actividade cultural e também social, porque os contactos que os jovens têm uns com os outros são muito importantes para o seu desenvolvimento. Muitos parabéns à Filarmónica, os varzeenses também estão de parabéns pelo apoio que dão, pelo carinho que sempre manifestam e dizem sempre presente quando a Filarmónica deles precisa. Muito obrigado”.