…Porque apesar dos consequentes alertas da Protecção Civil devidos à depressão “Óscar”, a festa aconteceu. As perspetivas não eram as melhores nem as mais animadoras, com as nuvens carregadas a ameaçarem chuva, mas o que é facto é que o “Óscar” terá andado por outras paragens e acabou por não vir estragar a festa (este ano e aproveitando o feriado do Corpo de Deus com mais um dia no seu programa) e, nos três dias que se seguiram, sexta-feira, sábado e domingo, particularmente à tarde e à noite, noite dentro, foram milhares de pessoas que, vindas de longe e de perto, estiveram no Paço Grande para assistirem a aplaudiram os grupos culturais que passaram pelo palco, para se encontrarem, para conviverem, para degustarem o que de melhor trouxeram da sua gastronomia as Freguesias e as suas colectividades e instituições para esta que foi a XVI edição da Feira das Freguesias 2023.
A abertura e os espectáculos marcados para o primeiro dia acabaram por ser cancelados e, perante este facto e a inviabilidade da cerimónia inaugural, o Município promoveu um encontro com a imprensa, na Casa das Coletividades, no qual foi dado a conhecer pelo presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, que “face aos alertas da Protecção Civil relacionados com a meteorologia, obrigou-nos a ter alguma alteração no programa, no que tem a ver com a oferta cultural que tínhamos para a noite de hoje (quinta-feira) e com a habitual visita às tasquinhas e pareceu-nos a decisão mais adequada face às previsões e ao que se veio a verificar”, informando ainda que a visita às tasquinhas iria ser efectuada na manhã de sábado, dia 10, e que pese embora esta alteração na programação por força das circunstâncias, as tasquinhas mantiveram-se em funcionamento e, mesmo com as adversidades, não deixou de ser grande a afluência de pessoas, “estamos com muitas pessoas na Feira”.
“Naturalmente que se tivéssemos tempo mais de Verão ou de Primavera, até por experiência daquilo que aconteceu nos outros anos, a participação seria superior, mas ainda assim há muita gente em todas as tasquinhas. Isso para nós também é muito importante”, disse Luís Paulo Costa, sem deixar de salientar ainda que “todas estas instituições que estão aqui na Feira apostam e trabalham muito para puderem ter aqui os seus produtos e fazer alguma receita e também é complicado quando esse retorno não se concretiza. Passarmos nas tasquinhas e vermos pessoas lá sentadas, isso é um bom sinal, principalmente, por causa dessa questão, as instituições puderem também rentabilizar os recursos que colocam nesta iniciativa”, até porque “a componente gastronómica nunca esteve suspensa, as tasquinhas acautelaram situações de contingência, embora do ponto de vista estético não sejam as mais agradáveis, mas ainda assim são as soluções possíveis para podermos servir as pessoas em condições”.
No encontro com a imprensa, além dos elementos do executivo camarário, estiveram também presentes o presidente da Junta de Freguesia de Pombeiro da Beira. Vítor Pedroso, e o presidente da Casa da Comarca de Arganil, Carlos Luís, recordando que “a Casa da Comarca de Arganil teve um papel importante quando foi das primeiras Feiras, foi na Casa da Comarca que se começou a desenvolver a Feira das Freguesias e está sempre nesta e noutras organizações”, considerando que “esta Feira tão importante, é importante que a pessoas continuem a preservar o antigo e que a pessoas possam fazer a gastronomia como antigamente se fazia, é importante as pessoas darem seguimento àquilo que os nossos antepassados faziam, como importante para nós é não esquecer a cultura mais tradicional do nosso concelho”.
O presidente da Câmara não deixou também de enaltecer a “importância” deste certame, “é um evento que pretende afirmar a gastronomia do concelho, nas suas componentes, naquilo que é o produto mas também na apresentação, e os produtos endógenos que são incorporados na nossa gastronomia e temos grandes representações nesta Feira”, ao mesmo tempo que “quero também assinalar aquilo que é a oferta cultural que trazemos, com o envolvimento de todas as colectividades que trabalham nas mais diversas áreas da cultura”, por se tratarem de “parceiros essenciais e considero que para eles é uma oportunidade para mostrarem o que de melhor fazem, num evento cem por cento Arganil”.
Este encontro serviu, essencialmente, como “ponto de partida destes quatro dias de festa”, como disse ainda Luís Paulo Costa, sem deixar de reafirmar, mais uma vez, o papel “importante” que as Juntas e Uniões de Freguesia assumem neste certame, assim como as colectividades concelhias e a Casa da Comarca de Arganil. “As Juntas de Freguesias são os nossos parceiros essenciais, insubstituíveis a todos os níveis, nas mais diversas áreas, mas particularmente na Feira das Freguesias, por alguma razão se chama Feira das Freguesias, é precisamente porque conta com o envolvimento de todas as freguesias do concelho que, de alguma forma, trazem a este evento aquilo que de alguma maneira representa cada um dos territórios de cada uma das freguesias”, acrescentando ainda que as “diversas colectividades que temos no concelho, são também essenciais”, assim como a Casa da Comarca de Arganil “que, desde a primeira hora, está connosco na organização”.
Não deixou de ser cumprida a tradicional visita às tasquinhas
E depois de um dia e noite de sexta-feira sem sobressaltos e com muitas pessoas a visitarem a Feira, na manhã de sábado foi a tradicional visita (que deveria acontecer na cerimónia de abertura) às tasquinhas pelo presidente da Câmara Municipal, vereadores, membros da Assembleia Municipal, presidentes de Junta e mais autarcas, convidados onde, em cada uma delas foi apresentado o que de melhor temos das nossas especialidades, desde a chanfana ao cabrito, desde o arroz de fressura ao arroz de cabidela, desde os torresmos ao cozido à portuguesa, sem esquecer as sardinhas fritas, o bacalhau, o queijo, a tijelada, os coscoreis e o arroz doce, tudo a fazer as delícias dos mais exigentes paladares. E tudo isto possível porque equipas de valentes, voluntários, arregaçaram as mangas e, durante quatro dias, não tiveram mãos a medir para servir os milhares de pessoas que passaram pela Feira e, ao mesmo tempo, para ajudar na angariação de fundos que, no final, resultam para as colectividades e instituições, mesmo para as Freguesias como é o caso de Folques, e que se destina ao Museu, tendo o presidente da Junta, Manuel Ribeiro, agradecido a todos eles, também a Silvino Gonçalves, que de alma e coração ali estavam a dar o melhor de si para bem da comunidade.
Na visita à tasquinha que representava a Freguesia de Pombeiro da Beira, o presidente da Junta, Vitor Pedroso, não deixou de agradecer também aos representantes das colectividades, todo o trabalho e dedicação para trazerem e darem a conhecer o que de melhor se faz na freguesia, enquanto na tasquinha da Freguesia das Secarias, representada pelo Centro de Dia da Santa Casada da Misericórdia de Arganil, o presidente da Junta, António Souto de Carvalho, agradeceu à instituição por, mais uma vez, estar a representar (e muito bem) a sua freguesia na Feira das Freguesias.
Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça (representada pelo Clube Recreativo da Sobreira) foi a vencedora na categoria “prato principal” (cabrito)
Na tarde de domingo, a entrega de prémios aos vencedores do Concurso Gastronómico Feira das Freguesias 2023, que integra a programação do certame, e que o júri que efectuou a avaliação, designado pela Câmara Municipal e constituído por um representante da AHRESP, da Confraria Gastronómica do Bucho de Arganil e do IEFP premiou , na categoria “prato principal” (cabrito), a Junta de Freguesia de S. Martinho da Cortiça representada pelo Clube Recreativo da Sobreira, enquanto na categoria, “sobremesa”, a vencedora foi a Junta de Freguesia de Pomares com o coscorel confeccionado (e bem) pelo Grupo de Danças e Cantares de Soito da Ruiva, enquanto e pela primeira vez, a Junta de Freguesia de Pombeiro da Beira, ganhou na categoria “decoração” e que estava patentes na tasquinha explorada por três colectividades, nomeadamente, a Comissão de Melhoramentos de Vilarinho do Alva, a Comissão de Melhoramentos de Couços, Eira Velha e Alcaria e a Comissão de Melhoramentos de Casal de Frade.
“Foi a primeira vez que a Junta de Freguesia de Pombeiro da Beira recebeu este prémio, claramente esforçaram-se e esse esforço foi recompensado, e é também um estímulo para que todos possamos fazer mais e melhor para que este tipo de distinção possa aparecer”, disse o presidente da Câmara, acrescentando que “as freguesias esmeram-se, não só naquilo que chega ao nosso prato, mas também na decoração, no aspecto visual do espaço”, agradecendo mais uma vez a todas as Juntas e Uniões de Freguesia que “são, desde o início, os nossos parceiros essenciais neste evento, que alia a componente gastronómica com a cultural”, considerando ainda e no que “tem a ver com a componente gastronómica, não seria possível levar a efeito, sem o envolvimento das freguesias”, não esquecendo também as colectividades que exploram as tasquinhas, “sabemos que este trabalho das freguesias é em boa parte apoiado pelas colectividades que existem no território e em cada uma das freguesias, sabemos que este agradecimento que estou a dar às freguesias é também extensível a todas essas coletividades que trabalham para tornar possível esta Feira”.
“Estamos a poucas horas de concluir esta edição, que começou de forma atribulada, com aquilo que foram as condições climatéricas”, recordou Luís Paulo Costa, que ao fazer o balanço dos quatro dias do certame, não deixou de manifestar a sua satisfação porque, entretanto, “as coisas melhoraram e depois do contratempo de quinta-feira, pudemos ter aqui três dias de muita festa, de grande qualidade” e “isso só foi possível, com o trabalho das freguesias, mas também das colectividades que trabalham na área da cultura, nas suas diversas componentes, da música, aos ranchos, às danças, que todos os dias trabalham para promover e consolidar aquilo que é a nossa cultura popular. O nosso reconhecimento e muito obrigado por se associarem a este que é um dos eventos mais significativos do nosso concelho”.