Durante quatro dias, de 7 a 10 de Junho, Arganil voltou a viver em festa a Feira das Freguesias. “Uma das grandes festas do nosso território”, como considerou o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, na sessão de abertura desta que foi a VIII edição do “evento 100% Arganil”, realizado no Paço Grande, para onde mudou e que pelo espaço, pelas condições que oferece, acabaria por se revelar um êxito ainda maior.
Essa é a opinião da maior parte das pessoas que por ali passaram e daqueles que vieram representar cada Junta e União de Freguesias do concelho nas suas 14 tasquinhas, onde colectividades e instituições serviram pratos típicos como o cabrito, o bucho, a chanfana, os doces, a tigelada e o coscorel, enquanto no palco actuaram, todos os dias, os grupos culturais entre Tunas, Ranchos, Escolas de Dança, tocatas, Filarmónicas e Grupos de Bombos, houve mesmo baile com o “Cherry on Top” e ainda “Há festa no mercado”, numa palavra foi o que melhor se faz no concelho em termos gastronómicos e culturais.
A Feira das Freguesias “projecta e sublinha aquilo que são as características endógenas do nosso concelho ao nível da gastronomia e cultura nas suas mais diversas componentes”, disse ainda Luís Paulo Costa, na sessão de abertura, considerando que “as nossas colectividades, não deixarão de apresentar o melhor que temos no concelho, para servir, nesta que é uma das grandes festas do nosso território”.
E não deixaram, como não deixou de ser, mais uma vez, “uma iniciativa incontestável naquilo que é nossa programação anual”, uma vez que ao longo destes quatro dias, “temos oportunidade de mostrar o melhor que temos e fazemos no concelho, na gastronomia e na cultura”, referiu mais uma vez o presidente da Câmara Municipal, que não deixou de agradecer o apoio da Casa da Comarca de Arganil, que “tão bem representa o nosso Regionalismo, particularmente na grande Lisboa e que o faz com grande mestria e de uma forma muito dignificante para o nosso território”, deixando também uma palavra de agradecimento e reconhecimento a todas as colectividades e instituições representadas nesta edição da Feira das Freguesias.
E também e mais uma vez, a Feira não deixou de cumprir a tradição com a ameaça de chuva, que não passou disso mesmo, cumprindo-se assim o desejo de Luís Paulo Costa, “espero que seja uma festa vivida, participada e que São Pedro colabore, pois é uma ajuda relevante para que o evento seja um sucesso”. E colaborou. E também foi uma festa vivida. E um sucesso.
“Este é um evento que merece ser visitado e que representa o que de mais genuíno há nas nossas comunidades, a ideia é de excelência pôr as freguesias todas a mostrar aquilo que de mais bonito têm, só por isso vale uma visita, independentemente do brilhantismo que cada uma vai atingir”, disse o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Emílio Torrão, considerando ainda ser “muito importante preservar as tradições, (…) se querem provar os pratos como eram feitos antigamente, têm que cá vir porque se fazem à moda antiga e têm produtos que marcam a diferença como é o caso do bucho” e que “há aqui um trabalho feito pela Câmara de Arganil na recuperação do património histórico, do Museu, mas este é também um evento de igual importância, porquanto o património imaterial é sobretudo aquele que tem que ser mais protegido”.
E como é tradição também, depois das palavras da abertura, a visita às tasquinhas, onde o presidente da Câmara Municipal, acompanhado dos convidados, com o presidente da CIM Região de Coimbra, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, vereador da Câmara Municipal de Tábua, David Pinto, presidente da Assembleia Municipal, António Cardoso, mais autarcas e dirigentes associativos do concelho, que puderam degustar um pouco do que melhor trouxeram da gastronomia que, no quatro dias, trouxe também milhares de pessoas ao Paço Grande.
Este ano, os vencedores do Concurso Gastronómico da Feira das Freguesias 2024, que integra o programa, foram as Freguesias de Sarzedo, Secarias e Pomares, com o júri (composto por representantes da Confraria Gastronómica do Bucho de Arganil, do Turismo do Centro, do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Arganil e da AHRESP) a considerar a chanfana, confeccionada pela Comissão de Festas do Sarzedo 2024, foi o melhor prato principal apresentado ao Concurso, distinguindo ainda como melhor sobremesa a tigelada servida por elementos da Fábrica da Igreja de Secarias, enquanto o prémio de melhor apresentação geral no que respeita à decoração, coube à tasquinha da freguesia de Pomares, representada pelo Grupo de Danças e Cantares de Soito da Ruiva.
Na entrega dos prémios aos vencedores e acompanhado pelos vereadores, o presidente da Câmara Municipal, enalteceu que o melhor prato principal, a chanfana, “é característico da nossa terra, da nossa região”, referindo depois que a sobremesa distinguida, a tigelada, é também “uma das marcas características da nossa gastronomia”, não deixando de salientar que os prémios entregues foram elaborados pelos utentes da APPACDM, para “provar e demonstrar que, sendo cidadãos diferentes, são especiais e capazes de nos surpreender com coisas como, todos os anos, nos têm aqui apresentado”.
“As nossas instituições que trazem a componente gastronómica esforçam-se, de uma forma significativa, para trazer o que de melhor existe em cada uma das nossas freguesias, os melhores produtos, os pratos mais tradicionais, aquilo que representa o nosso concelho”, reconheceu Luís Paulo Costa, explicando ainda que “a atribuição destes prémios serve como uma forma de estimular para que, todos os anos, as coisas melhorem. Sabemos que todas as instituições, freguesias, mereceriam ter um prémio, mas é também com esta diferenciação que queremos catapultar e melhorar, em cada ano, aquilo que trazemos à Feira das Freguesias. (…) Este é um evento que só se faz com as freguesias”, pedindo uma salva de palmas para todos, sem deixar de realçar também “o papel das nossas coletividades do concelho que trabalham na área da cultura, desde a música, à dança e ao teatro” e que “fazem por estar presentes e participar, sendo esta uma forma de mostrarem a todo o concelho o trabalho que fazem durante todo o ano”, agradecendo também “a todas as pessoas que “dão de si para que esta Feira corra bem”, sem deixar de reconhecer que “há muito trabalho de voluntariado nesta Feira que deve merecer o nosso reconhecimento colectivo”.
Em representação do júri, a mordomo-mor da Confraria da Chanfana, Fernanda Maria Dias, deu a conhecer que “foram degustados uma panóplia de sabores que sabem todos à Beira Serra, sendo todos excelentes e de difícil escolha”, enquanto o presidente da Casa da Comarca de Arganil Carlos Luís, como o fez na abertura, aproveitou o momento para agradecer a participação das Juntas e Uniões de Freguesias, congratulando-se porque “passou por aqui muita gente, nestes dias”, considerando que “esta Feira é um sucesso”, porque para além da gastronomia, “a parte da cultura que passou neste palco, os usos e os costumes, o que de mais genuíno há no nosso país que são o folclore, as Tunas, as Bandas e que tiveram aqui uma participação muito importante”.