ARGANIL: Município vai comprar o Foral de Pombeiro da Beira

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O presidente da Câmara Municipal de Arganil anunciou ontem à noite, após a apresentação do Roteiro Arquitectónico e Artístico do Concelho de Arganil, integrada nas comemorações dos 20 anos da Biblioteca Municipal, a intenção de comprar o Foral de Pombeiro da Beira, que se encontra na posse do Município de Felgueiras, no norte do país.

Ricardo Pereira Alves disse que o Município está em negociações com a Câmara Municipal de Felgueiras, depois desta o ter adquirido num alfarrabista, sendo assim a actual detentora daquele documento real que visava estabelecer um Concelho e regular a sua administração, deveres e privilégios.

 

Formação do Senhorio de Pombeiro

No último quartel do século XIII residia em Arganil D. Marinha Afonso, “descendente dos primeiros donatários e padroeiros de Arganil, Pombeiro e seus termos”, com seu marido Fernão Rodrigues Redondo.
Falecido o marido, foi aberto o testamento, como era natural, mas D. Marinha Afonso entregou a administração de toda a sua grande casa aos testamenteiros Fernão Lopes e Francisco Nunes e foi residir para Santarém, onde vivia seu cunhado Rodrigo Annes Redondo, no ano de 1205.
Não tencionando voltar para Arganil, obteve mais tarde que o rei D. Afonso IV, a seu pedido, lhe desse determinadas rendas e o padroado da Igreja de S. Nicolau, de Santarém onde fez novo jazigo, “em troca dos direitos, terras e padroado de Arganil, Pombeiro e seus termos”.
Em 1354, o rei separou a jurisdição de Pombeiro da de Arganil, dividindo-a em dois senhorios, agregando o de Arganil ao dote de sua neta, a infanta D. Maria, que estava casada com D. Fernando de Aragão, ficando para si, com a jurisdição e posse do senhorio de Pombeiro.
Em 1355 o mesmo rei, D. Afonso IV, doou-o a Martim Lourenço da Cunha, 1.º Senhor de Pombeiro. Sucede-lhe João Lourenço da Cunha que, por volta de 1368, casa com D. Leonor de Telles, que mais tarde vem a ser rainha, casando com el-rei D. Fernando.
A 10 de Novembro de 1513, D. Manuel dá carta de foral a Pombeiro passando-o a vila, concedendo aos seus habitantes muitos privilégios. Entre outros, se contava o “de não servirem gratuitamente o senhor da terra com suas pessoas e cousas, tendo este de pagar qualquer objecto que necessite”.
A família dos Mateus da Cunha esteve à frente do senhorio de Pombeiro até ao princípio do séc. XVII, até que devido ao casamento, passa para os Castello Branco. É nesta altura que começa a decadência, visto que estes senhores eram de tal forma opulentos que desprezam este senhorio, levando-o à ruína.
Em 1876 este senhorio, outrora importante, estava completamente desfeito e ao encargo de rendeiros.