
A Ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, na visita ao concelho de Arganil passou por locais da Serra do Açor afetados pelo incêndio, nomeadamente a Fraga da Pena e a Mata da Margaraça.
Na sua intervenção, a Ministra do Ambiente destacou que o processo de reflorestação será feito com recurso a espécies mais resistentes ao fogo, sublinhando a importância de apostar numa floresta mais adaptada e resiliente e, apesar do cenário de destruição, chamou a atenção para um verdadeiro “oásis de esperança”, uma mata de carvalhos que sobreviveu graças à humidade do solo e às características da floresta autóctone.
“É um sinal de que o caminho passa por promover espécies adaptadas, com maior resistência ao fogo e que criam, por si, microclimas mais húmidos”, afirmou Maria da Graça Carvalho, sem deixar de reafirmar ainda a intenção do Governo de reorganizar o modelo de gestão das áreas protegidas, através da criação de diretores para os parques naturais, de forma a assegurar uma gestão “mais direta e vertical”, com maior capacidade de decisão “flexível e rápida”.
A Ministra do Ambiente salientou também que “temos medidas a curto, a médio e a longo prazo para prevenir de uma forma mais eficaz os incêndios de grande dimensão que verificámos este ano”, considerando que “o que é urgente e imediato do ponto de vista da recuperação dos ecos sistemas é, para já, toda a retenção dos solos, nomeadamente através de barreiras e de fazer sementeiras, para conseguirmos travar a erosão dos solos. Queremos também travar a contaminação das águas e dos fios de água”.
É fulcral fazer-se uma renaturalização dos espaços ardidos e, para isso, Maria da Graça Carvalho deu “o exemplo do que não ardeu na Serra do Açor. Esta serra tem cerca de 360 hectares, mas apenas 22 conseguiram sobreviver às chamas. Infelizmente é algo muito reduzido, mas dá-nos esperança de como é que se pode fazer melhor este ordenamento do território e da floresta no futuro. (…) Queremos uma floresta mais resiliente no futuro. (…) Pretendemos uma reflorestação que seja mais resiliente ao fogo no futuro”.