ARGANIL: “EX-ISTO” no Mercado Municipal

Na passada quinta-feira, no Mercado Municipal, foi inaugurada a exposição “EX-ISTO”, organizadapela Coletivo Barda e que reúne os trabalhos realizados nas oficinas comunitárias de artes visuais e os resultados das Residências Artísticas desenvolvidas ao longo dos últimos seis meses em três aldeias da Serra do Açor: Cepos, Benfeita e Soito.

 “EX-ISTO” é uma mostra constituída por dez trabalhos disseminados pelo Mercado, entre impressões em lonas com fotografias dos artistas Marco Duarte, Juliana Maar e Ivan da Silva, projeções de vídeo, impressão tranfer em xisto e em PVC de fotografia, entre outros e que, no dia da inauguração, contou com a presença de muitas pessoas que se deslocaram ao Mercado para efetuarem as suas compras semanais e que aproveitavam para verem os trabalhos expostos, contando ainda com um pequeno debate onde se “discutiu” o papel da arte como ferramenta de intervenção social e pessoal. 

 A Coletivo Barda, que conta com o apoio Direção-Geral das Artes e parceiros locais, é uma associação com sede em Cepos, constituída por nove elementos que têm em comum a fotografia e o trabalho em comunidade, tendo sido criada no âmbito do projeto Porvir, “um projeto piloto de intercâmbio multidisciplinar entre artistas locais, artistas externos e comunidade, que pretende pensar o futuro através da arte participativa”.

Centrado em três aldeias da Serra do Açor e da Lousã, nomeadamente, Cepos, Benfeita e Soito, e abrangendo dois Municípios, Arganil e Góis, a primeira oficina teve lugar em Cepos, concelho de Arganil, intitulada “Visões da Serra” e teve como artista residente Marco Duarte, a segunda na freguesia da Benfeita, com o artista residente Ivan da Silva, denominada “Conundrum” e a terceira em Soito, intitulada “Busca pela Identidade” e onde, em cada uma das aldeias, a associação “desafiou a população a explorar a imagem como instrumento de expressão, conhecimento, acção e mudança”. Na aldeia de Cepos, a comunidade, “contou as suas histórias, preocupações e desejos através da fotografia”, na Benfeita, o grupo “fez perguntas sobre como as diferentes comunidades as palavras para comunicar” e no Soito foi “criado um lugar de partilha onde se refletiu sobre a importância de nos conhecermos a nos próprios”.

Para esta exposição em Arganil, foram sugeridos vários espaços, todavia a escolha final recaiu sobre o Mercado de Arganil “pelo significado que tem, por esta questão da cultura que se faz de várias coisas, que se faz desta reunião de pessoas pelo facto de ser um ponto de encontro e para desafiar um bocado as convenções”, como explicou o curador das exposições, Carlos Trancoso, acrescentando ainda que “as pessoas, aqui, são surpreendidas, estão à espera de vir só fazer as compras e têm um bocadinho mais, obriga não só a ver, mas a pensar, porque o objetivo disto tudo é precisamente esse, pensar, para que fique alguma coisa para o Porvir, para o futuro, para pensarmos o que queremos para esta região e para Portugal, mas sobretudo para o interior que está muito esquecido”.

  Carlos Trancoso deixa o convite a “todas a pessoas a fazerem a suas compras no Mercado Municipal de Arganil, que é um espaço muito bonito, que venham que convidem os amigos a virem e a verem a exposição”, que está patente até ao dia 26 de Setembro. “Aproveitem, porque quinta-feira é um dia interessante para virem a Arganil, tem sempre muito movimento e também vão ficar maravilhados com a feira e com o mercado”, informando ainda que, no início de Outubro, também terá lugar uma exposição similar na Casa da Cultura de Góis.

 A vice-presidente da Câmara Municipal, Paula Dinis, felicitou a Coletivo Barda “por este projeto Porvir, que traz a arte até às comunidades locais” e, enaltecendo “estes desafios que estão a ser lançados junto das comunidades locais, no nosso concelho, nas freguesias de Cepos e Teixeira e Benfeita e no concelho de Góis, em Soito, na freguesia de Colmeal”, congratulou-se pela associação “trazer até nós tantos artistas locais e não locais, mas essencialmente profissionais de trazer a arte vista de outro modo para os nossos territórios”, terminando por dar a conhecer que “quando desafiaram o Município para fazer a exposição neste local, acolhemos de imediato a ideia, por ser um espaço diferenciador e que poderia ser interessante esta intervenção no local”.