COJA: “Viagem ao passado nas portas do Açor”

Auto de abertura lido pelo “meirinho fazendo saber dos termos e condições deste Mercado Medieval” dedicado ao Foral de D. Manuel I de 12 de Setembro de 1514

Nos dias 21 e 22 de Setembro, sábado e domingo, Coja viveu dois dias de vivências medievais, com a realização do Mercado Medieval e que levou, de facto, uma multidão de pessoas e fazer uma “Viagem ao passado nas portas do Açor”.

Organizada pela União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, esta “Viagem ao passado” encheu a Praça Dr. Alberto Vale e a rua principal da vila onde, mais de 40 expositores, além dos artigos que trouxeram para venda, não faltaram os jogos para os mais novos, o carrocel medieval e muito, muito mais, sem esquecer os “comeres e bueres nas tabernas do burgo”, onde não houve mãos a medir para servir tantos e tantos que se deliciaram sobretudo com a sopa da pedra, com o porco no espeto e ainda para quem quis ‘buer”, o “aparatoso recipiente” que, para isso, se podia  adquirir na banca dos mercadores.

Aliado a tudo isto, a animação de rua, o acampamento medieval, os combates medievais, o teatro, as aves de rapina, a música e jogos medievais, o magnífico espectáculo de fogo que a todos foi proporcionado pelos figurantes da EPISÓDIO (uma associação cultural de teatro e recriação histórica instalada na cidade de Cantanhede) e que tão bem soube recriar esta “Viagem ao passado nas portas do Açor”, também comemorativa do Foral de D. Manuel I, concedido à vila de Coja em 1514.

Mercado Medieval dedicado ao Foral de D. Manuel I de 12 de Setembro de 1514

E no auto de abertura do Mercado, lido pelo “meirinho fazendo saber dos termos e condições deste Mercado”, dedicado ao Foral de D. Manuel I de 12 de Setembro de 1514, dando a conhecer um pouco dessa história da vila às muitas pessoas presentes, estando também presente o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, que depois acompanhado pelo presidente da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, João Tavares, e restante executivo, visitaram as bancas dos mercadores espalhadas pelo burgo.

Mas pelas ruas do burgo, deambulavam também saltimbancos “mercanciando a banha da cobra”, arruadas de músicos e bailarinas de dança oriental, a trupe de comediantes, treino de cavaleiros apeado e demonstração de armas com homens armadurados, espectáculo de teatro, deambulação de gansos amestrados, a leitura da Carta de Foral dado por El Rey D. Manuel, folguedos que, nos dois dias, encheram, preencheram e animaram o Mercado, numa grande e magnífica “Viagem ao passado nas portas do Açor”.

Mais do que um grande espectáculo toda esta encenação medieval (e a que se juntaram também muitas pessoas vestidas à época), foram dois dias cheios de movimento, de alegria e de encontro entre as pessoas, os muitos visitantes que estiveram em Coja, no Mercado Medieval, uma aposta da União de Freguesias que, como disse ao nosso jornal o presidente João Tavares, pelo êxito dos primeiros realizados, “não fazia sentido que pelo que envolvem na sua organização se confinasse a um dia, a realização deste Mercado” e que, como considera, “é um investimento que a Junta faz na terra”. E que só não viu quem não quis…

Esta abertura dos portões do burgo para dois dias de vivências medievais, foi uma aposta ganha. Foi de facto um fim-de- semana “medievalmente memorável”.