
Na passada sexta-feira e este ano subordinado ao tema “Liberdade: ser livre é…”, realizou-se a sessão de abertura da 28.ª edição do Góis Oroso Arte, mostra internacional de arte que está patente nas galerias da Casa do Artista de Góis e na Casa da Cultura e Lazer da Comissão de Melhoramentos de Alvares e, ainda no âmbito da mostra, está patente na Casa da Cultura uma bonita exposição de fotografia de uma turma do Agrupamento de Escolas e, por estes três locais, estão cerca de 100 obras em pintura, escultura, vitral e fotografia nas quais e das mais diversas formas, os artistas expressaram a sua liberdade.
“Este ano, a exposição internacional tem como temática central a liberdade. Com este tema fazemos um convite à reflexão sobre as conquistas que Abril nos trouxe, avivando a memória e transmitindo aos mais novos que o 25 de Abril não é só mais uma data a comemorar”, disse o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, na sessão de abertura, acrescentando ainda que “celebramos cinquenta anos da madrugada que mudou o rumo de Portugal, um momento que marca a história contemporânea do nosso país, que viveu a mais longa ditadura da Europa do século vinte. A ditadura, então, aparentava ser imortal e a liberdade uma quimera. Mas Abril aconteceu. Ainda que a liberdade não seja um dado adquirido e que a nossa democracia não esteja garantida, somos livres”.
Por isso e nesta 28.º edição do Góis Oroso Arte, “é com grande satisfação que recebemos na nossa exposição colectiva oitenta e uma obras de artistas nacionais e estrangeiros, incluindo obras de novos talentos a quem damos a oportunidade de expor a sua arte ao lado de obras de artistas de renome. As galerias da Casa do Artista e a galeria improvisada na Casa da Cultura e Lazer da Comissão de Melhoramentos de Alvares acolhem e expõem, até ao final do mês de Julho, estas dezenas de obras para usufruto de todos”.
A sessão de abertura, na Casa do Artista, iniciou com alguns apontamentos culturais, um ensemble de autoria de Maria Leonor Martins (aluna da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra) e a uma performance de poesia falada, “Quantas madrugadas tem Abril”, por Inês Antunes (finalista do concurso nacional “Declamar Abril”) e ainda com a apresentação do resultado do programa de Residência Artística, sob o signo da Juventude, em que durante duas semanas participou um grupo de jovens de Oroso, no âmbito da geminação entre os dois Municípios.
“Que bela maneira de iniciar esta edição do Góis Oroso Arte com as actuações que nos deliciaram”, disse a presidente da Assembleia Municipal, Helena Moniz, saudando ainda os artistas “que ano após ano nos honram com a sua presença”, considerando ainda que com a presença dos jovens que participaram na Residência Artística, “a geminação se mantêm viva e dinâmica”, felicitando o alcaide de Oroso, Alex Doval, “pela continuação desta relação”, terminando por referir que a mostra “é um momento alto de cultura que merecia ser olhada de outra forma pelo Ministério da Cultura”.
O secretário executivo da CIM-Região de Coimbra, Jorge Brito, louvou esta iniciativa, considerando que o Góis Oroso Arte “é uma referência na programação cultural da Região de Coimbra”, enquanto o alcaide de Oroso destacou a geminação dos dois Municípios, que já vem desde 2006, e a importância do intercâmbio dos jovens, uma vez que, desta vez, foram os jovens de Oroso que estiveram em Residência Artística em Góis e, em Setembro, será o contrário os jovens de Góis irão efectuar uma Residência Artística em Oroso.
O curador da exposição, o artista Camarro, começou por citar o tema “Liberdade: ser livre é …”, considerando que é o “direito que nos assiste enquanto cidadãos de manifestarmos os nossos pensamentos, opiniões e ideias sem censura ou restrições, todos estes nossos direitos, só foram adquiridos, graças ao empenho e dedicação daqueles que numa Primavera de Abril arriscaram as suas próprias vidas, e que, antes disso nada nos era permitido, (…) nas obras presentes nesta edição, podemos observar a liberdade que cada artista exerceu, nas várias áreas, permitindo apresentarem diferentes técnicas e expressões de que esta exposição se compõe”, referiu “que o Góis Oroso arte atingiu um patamar elevado a nível nacional”, sendo por isso “a altura propicia para alcançar o patamar seguinte, pois passaram quase trinta anos e, só com o rigor e a qualidade dos artistas de todas as edições, o empenho dos técnicos, comissões organizadoras e a dedicação dos todos executivos a este grande projecto, que tem sido o Góis Oroso Arte, nos proporcionaram o que atingimos nesta edição”, terminando por considerar que ”Góis Oroso Arte é um marco cultural”.
“Nesta mostra há um notável trabalho que deve ser enaltecido, naturalmente de todos os artistas participantes, mas também, e destaco aqui o nome do artista Camarro, o curador convidado, bem como de Armando Martinez, que por motivos alheios à organização não pôde marcar a sua presença, Geraldes da Silva, Machado Lopes e Rui Aço, que integram a comissão organizadora do certame”, disse ainda o presidente da Câmara Municipal”, referindo que “a arte ao vivo é novamente uma realidade. A criatividade dos artistas vai deixar a sua marca na paisagem do nosso território, espalhando o seu encanto pelas quatro freguesias” (deixando aos artistas e aos parceiros da iniciativa Arte ao Vivo “o nosso reconhecido agradecimento”), sem deixar de salientar também que “a cultura e a arte têm vindo a fazer parte da estratégia deste executivo, pelo que o Município continuará a investir na promoção de iniciativas que fomentem a educação cultural das comunidades, através do orçamento municipal, na ausência de financiamento comunitário, para que este certame em particular possa continuar a crescer”, afirmando que “através do diálogo e do encontro, (…) os concelhos de Góis e Oroso reforçam os laços de geminação que nos unem e fortalecem a confiança desta já duradora relação interpenisular”.
No final da sessão de abertura, seguiu-se a inauguração da exposição colectiva do Góis Oroso Arte 2024 nas galerias da Casa do Artista, e a inauguração do mural artístico da autoria do artista plástico Fernando Martins, localizado na Rua da Quinta, depois e ao longo do fim-de-semana, uma programação dedicada à arte, aos artistas, à comunidade e à celebração da liberdade.