Incêndio de grandes dimensões em Pampilhosa da Serra e Arganil

 

 

Este ano e quando tudo indicava que o concelho de Arganil tinha passado ao lado dos grandes incêndios que, no último Verão, fustigaram os concelhos vizinhos e a região eis que, já no Outono e quando nada o fazia prever, as chamas que, quase à meia-noite (!) de sexta-feira, começaram em Castanheira da Serra, da freguesia de Fajão, do vizinho concelho de Pampilhosa da Serra, acabaram por alastrar rapidamente ao nosso concelho, particularmente às freguesias de Teixeira, Cepos e Folques.

E durante toda a madrugada e dia de sábado, as chamas não deram tréguas aos bombeiros, aos meios terrestes e aéreos que, segundo os presidentes das Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves, e da Câmara de Pampilhosa da Serra, José Brito, eram insuficientes e foram obrigados a accionar os Planos de Emergência Municipal, enquanto o fogo, além da floresta que ia destruindo, não deixava de se aproximar perigosamente de muitas aldeias e a causar momentos de muita aflição, mesmo de desespero, vividos pelas populações, algumas a terem de ser evacuadas, por precaucão.

Ao final da tarde de domingo e já pela noite dentro, percorremos uma parte da área ardida e a arder. Eram dantescas as chamas que iluminavam toda a serra. Nas aldeias, os bombeiros faziam o que podiam para que o incêndio não atingisse as habitações. As pessoas iam ajudando, enquanto outras, impotentes, esperavam o pior. Na manhã de segunda-feira, novamente a caminho e, antes de chegarmos às Torrozelas, o fogo continuava a alastrar, perigosamente, ao cimo do Monte Redondo. Na Selada das Eiras até aos Cepos, passando pela Teixeira, Relvas e Porto Castanheiro, até chegarmos ao cimo de Monte Frio, o cenário que vimos foi de autêntica “guerra”, fumo, muito fumo, terra queimada.

E também vimos e conversámos com algumas pessoas, com bombeiros exaustos, com autarcas exaustos. Também o Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, veio partilhar das suas angústias e trazer-lhe palavras de conforto e esperança. E apesar dos prejuízos, incalculáveis, que as chamas deixaram não havia, até ao momento, vítimas a lamentar, mas infelizmente o pior acabaria por acontecer, com o despiste ocorrido na Teixeira, com um auto-tanque dos Bombeiros de Cantanhede, que acabou por causar ferimentos, graves, a dois bombeiros, que tiveram de ser evacuados e transportados de helicóptero aos Hospitais da Universidade de Coimbra.

E na tarde de segunda-feira, já na redacção, as notícias que nos chegavam ainda não eram as melhores, com as chamas a continuarem a alastrar e a destruir floresta, sem ser possível prever quando é que esta tragédia acaba.