No passado dia 31 de Outubro, a Câmara Municipal realizou a cerimónia de abertura (e apresentação) à comunidade da Casa Museu Carlos Reis – Casa da Lagartixa, depois de uma visita guiada pelo arquitecto Rui Alves à exposição “Memórias de um passado recente”.
“A paixão (pela Lousã) de Carlos Reis foi tão intensa que resolveu fazer a casa em 1926 e que foi muito utilizada até 1940” e, depois disso, acabou por ser adquirida mais tarde (com o recheio) pela Câmara Municipal que, em 2021, fez uma candidatura para uma intervenção de restauro realizada no âmbito do projeto REABILITAR O “CASAL DA LAGARTIXA” – NÚCLEO DE PINTURA SERRANA e que foi aprovado no âmbito da Operação 10.2.1.6 – Renovação de Aldeias e contribuiu para a Prioridade P6B – Fomento do Desenvolvimento Local nas Zonas Rurais.
Investimento total de 236.715,61 euros
Esta importante (e necessária) intervenção visou a reabilitação do edifico Casal da Lagartixa – Casa Museu – a elaboração de material documental e o desenvolvimento e implementação de sistema multimédia de divulgação, totalizando um investimento total de 236.715,61 euros, cofinanciado pelo PDR2020, no âmbito do DLBC Dueceira2020, com um apoio FEADER de 156.757,72 euros.
E como deu a conhecer o presidente da Câmara Municipal, Luís Antunes, “a importante intervenção inscreve-se na política cultural da Câmara Municipal dos últimos anos, do ponto de vista da preservação do património arquitetónico cultural, que resultaram na intervenção em diferentes equipamentos: Castelo da Lousã, Museu Municipal Prof. Álvaro Viana de Lemos, Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, e mais recentemente o Teatro Municipal da Lousã”.
“Este é o maior investimento de sempre na cultura”, salientou o presidente da Câmara Municipal, acrescentando que “hoje aqui honramos um legado vivo, (…) reconstruímos a casa com o espírito com que Carlos Reis a construiu”, salientando que “esta nova funcionalidade irá reafirmar o valor estratégico da Casa Carlos Reis – e do espaço polivalente adjacente – em termos patrimoniais, turísticos, culturais e educativos”.
Foi também esse valor que foi enaltecido e destacado pela vice-presidente da Câmara Municipal, Henriqueta Oliveira, por Carlos Mexia (em representação da família de Carlos Reis), pelo Professor Raimundo Mendes da Silva (da Universidade de Coimbra), e por Luís Filipe (em representação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), considerando que esta recuperação é uma das “peças que se vão encaixando numa estratégia local para ancorar memórias e tradições da Lousã”.
E por isso Luís Antunes referiu que “embora simbólico, este é um momento importante (…) e mais um passo na valorização do nosso concelho e um contributo para a região de Coimbra. É uma homenagem àquela que é a história e identidade do nosso concelho”, recordando ainda que “tal como na primeira metade do século XX, este espaço foi ponto de partilha, conhecimento, mestria e criação de pintores e discípulos do mestre Carlos Reis, pintor naturalista, que congregava no Casal da Lagartixa olhares sobre a serra e a terra como pintor naturalista que era, também na primeira metade do século XXI se devolve à vida tornando-a de novo espaço de confluência e inspiração de novos olhares sobre a urbe e a serra”.