No dia 5 de Outubro, a Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades – Misericórdia de Vila Nova de Poiares, prestou uma justa homenagem ao antigo provedor (e actual presidente da assembleia geral), Manuel Lobo dos Santos, “uma ocasião especial para reconhecermos o inestimável contributo e legado que deixou na nossa instituição, através da sua liderança e dedicação ao longo dos anos”.
Contributo e legado inestimáveis reconhecidos pela Misericórdia de Vila Nova de Poiares, pelos seus responsáveis, funcionários, utentes, como reconheceram também os familiares, muitos amigos e convidados que quiseram estar presentes na homenagem, nomeadamente provedores e representantes de Misericórdias, presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, António Sérgio Martins, representante da União das Misericórdias Portuguesas, Júlio Norte, presidente da Câmara Municipal, João Miguel Henriques, mais autarcas, representantes da GNR e de associações e instituições do concelho, todos e cada um trazendo o seu abraço amigo e para deixar o seu “obrigado a Manuel Lobo dos Santos”.
“Estamos aqui para homenagear Manuel Lobo dos Santos”, como foi dito no início da cerimónia de homenagem, realizada no salão nobre da instituição, na Quinta das Camélias, e “porque a memória é um garante da continuidade da instituição e nós respeitamos essa memória”, como referiu o provedor, Antonino Martins, “estamos hoje em condições de afirmar que Manuel Lobo dos Santos é um digno sucessor de todos os que serviram a Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades, principalmente os que estiveram na sua génese e que as suas acções como provedores honram essa mesma memória”.
“É por isso que com um profundo sentimento de gratidão me dirijo a todos vós para prestar homenagem a Manuel Lobo dos Santos, um verdadeiro pilar da nossa instituição”, como considerou o provedor, acrescentando que “a sua obra, alicerçada em valores inabaláveis estão no seu horizonte e servirão de referência para o futuro que todos desejamos seja para bem dos mais vulneráveis. (…) É um homem de ideais sólidos e inspiradores, a sua entrega ao serviço dos outros, às associações, às instituições religiosas e civis revelam um carácter generoso e altruísta. Sempre disponível e desinteressado, coloca o bem-estar da comunidade acima de tudo mesmo que isso implique sacrifícios significativos na sua vida pessoal. Realiza tudo isto com o genuíno desejo de ser útil a quem dele precisa”.
Antonino Martins, que sucedeu como provedor a Manuel Lobo dos Santos, não deixou de referir também que “a sua ligação à Irmandade, cultivada ao longo de mãos de 18 anos, é um testemunho o do seu trabalho notável e do impacto duradouro que teve na nossa instituição. Nos últimos oito anos como provedor, exerceu o seu cargo com um humanismo admirável, pautado por um empenho inabalável, uma dedicação exemplar e um bom senso louvável. Manuel Lobo nunca perdeu de vista a dimensão humana do seu papel, cuidando dos mais necessitados enquanto garantia a sustentabilidade necessária para continuar a prestar esses mesmos cuidados”, recordando particularmente os “desafios sem precedentes” que enfrentou, “especialmente durante a crise provocada pela pandemia da Covid 19”, superando “essas adversidades com uma liderança lúcida e serena. (…) Essa atitude salvou vidas e exemplificou a sua responsabilidade e dedicação em cuidar de todos, mesmo quando isso implicava riscos pessoais e familiares significativos”.
“É graças a ele que aprendi o verdadeiro significado de servir o próximo”, disse o provedor da Misericórdia, considerando que “Manuel Lobo dos Santos é um homem de uma grandeza ímpar”, recordando ainda a marca que deixou, em particular na concretização da nova Unidade de Fisioterapia, na nova lavandaria, no aumento das instalações para requalificação do Lar, as melhorias energética no edifício do Lar, “a sua visão de abertura à comunidade, a sua liderança a marcou uma era de crescimento e solidariedade e o trabalho que aqui desenvolveu elevou o nome da instituição, fortalecendo-o com acções de profundo impacto social”, terminando com “um grande obrigado a Manuel Lobo dos Santos”.
Em representação dos colaboradores e em seu nome, uma das colaboradoras (emocionada) prestou também homenagem a Manuel Lobo dos Santos, “um homem que pela sua integridade, dedicação e humanidade nos marcou profundamente a todos. (…) O seu exemplo perdurará sempre nas nossas memórias, mas sobretudo no nosso coração”, para depois o antigo pároco e capelão da Misericórdia, padre Anselmo Ramos Dias Gaspar, recordar que foi pelas suas mãos (e do provedor de então) que foi feito o convite ao homenageado para servir a Irmandade de Nossa Senhora das Necessidades, “em boa hora. (…) Manuel Lobo, muitos parabéns e em nome de toda esta gente, muito obrigado pela sua dedicação”.
O presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, depois de subscrever tudo o que foi dito sobre o homenageado e “o seu trabalho notável” particularmente à frente da Misericórdia de Vila Nova de Poiares, salientou que “por isso hoje tínhamos que aqui estar por um imperativo de consciência, para dizermos ao Manuel Lobo dos Santos que o seu exemplo também serviu para muitos de nós ao longo destes tempos tão difíceis (…) e que teve a arte de ajustar as velas ao vento perante tanta, tanta adversidade que temos tido, perante tanta e tanta injustiça de quem nos governa a nível distrital, a nível nacional”.
“O sector social está a ser alvo de uma tentativa de quase decapitação, porque sendo um movimento único e distintivo, estamos a fazer das tripas coração (…) para que aqueles que estão no fim da linha, aqueles que foram colocados à nossa protecção não lhes falte, não lhes baixe essa qualidade do nosso serviço. Mas não sei até quando é que o conseguimos fazer”, disse António Sérgio Martins, acrescentando que “é nesta altura em que nos apetece baixar os braços, num sector que está subfinanciado e não há visibilidade de quando é que vamos chegar aos cinquenta por cento, que naturalmente merecemos e desejamos para continuarmos a poder cumprir”, terminando por considerar que “é nestas pessoas (como Manuel Lobo dos Santos) que nos inspiramos para ganhar força. Em nome das Misericórdias de Coimbra queria dizer sobretudo bem-haja. (…) Não o esquecermos não só aqui, mas em todo o distrito e creio que também no país”.
E depois das palavras de reconhecimento ao homenageado deixadas também pelo representante da União das Misericórdias Portuguesas, “é com pessoas destas que temos conseguido construir as Misericórdias”, o presidente da Câmara Municipal reconhecendo “a importância que a instituição tem para o concelho”, não deixou de reconhecer o trabalho desenvolvido “pela pessoa que hoje aqui estamos a homenagear, (…) um exemplo para todos nós” e de salientar, “o Manuel é uma a pessoa especial, é um homem de valores, é um homem de convicções, mas sobretudo tem uma qualidade que será senão a principal, mas das maiores qualidades que um amigo pode ter, o Manuel é leal. O Manuel é um homem que nunca trai a confiança de um amigo. Manuel eu gosto muito de si, eu sou seu amigo leal para toda a vida. Obrigado por tudo”.
No final das palavras e na galeria dos provedores, foi descerrada a foto de Manuel Lobo dos Santos, e depois uma placa onde fica gravado o “enorme contributo, espírito de sacrifício e dedicação que sempre demonstrou ao longo de dezoito anos em prol do engrandecimento da instituição”.
“Não fiz nada sozinho. (…) E por tudo o que fiz ninguém me deve nada. Fiz com espírito de missão”, disse Manuel Lobo dos Santos.