Na gíria popular há uma máxima que diz que os opostos se atraem, o que não deixa de ser verdade, podendo ser quase traduzido, literalmente, para a vida política.
No fim-de-semana que passou assistimos, mais uma vez, a um desfile pelas ruas da Capital portuguesa de parte das elites políticas nacionais, e tudo com base, e justificado, pela operação policial realizada no final de 2024 na Rua do Benformoso, no Martim Moniz, Freguesia de Santa Maria Maior.
Parece-me, que uma parte significativa dos responsáveis políticos deste nosso Portugal tem uma memória bastante curta, isto para não apelidá-la de outra forma.
Com efeito, existe uma indignidade dessa casta política, que se autodenomina responsável pela moral e bons costumes, e no mesmo saco enfia os direitos e as liberdades, pela operação do Martim Moniz em que a Polícia de Segurança Pública (PSP) fecha uma rua e faz uma vistoria aos transeuntes, diga-se ainda, com a presença de representante do Ministério Público.
Infelizmente, ou felizmente, este género de atuação faz parte da componente operacional de qualquer força policial, acontece há anos e tem um objetivo que passa pela demonstração de uma presença da autoridade, visando reduzir os riscos para a segurança da comunidade – chama-se de “operação especial de prevenção criminal”.
Curioso ainda, é recordar as declarações do mesmo presidente de Junta de Freguesia, Miguel Coelho, onde se localiza a dita rua que, alguns meses atrás, se insurgia contra a insegurança, os assaltos que nela aconteciam e acontecem, já para não falar do tráfico de droga.
Nessa altura o mesmo Presidente de Junta, que foi eleito com o apoio de um determinado partido de esquerda, apelava a uma maior intervenção policial.
Ou que dizer das inúmeras operações realizadas ao longo dos anos, também nas áreas do Martim Moniz e na mesma Freguesia, mas que nunca mereceram qualquer palavra ou atuação de repúdio dos mesmos representantes políticos que hoje tanto gritam pela defesa das minorias, dos imigrantes, e qualquer outra coisa que possa ser usada contra a polícia.
Terá sido por nessas ocasiões estar no Governo do País um executivo apoiado por um Partido de esquerda, ou por esse mesmo Governo ser também apoiado pela Plataforma de esquerda batizada de “geringonça”?
Para espanto de todos nós, o saldo da operação resultou na detenção de dois cidadãos portugueses. Afinal, a hipotética descriminação dos “encostados à parede” que agora alguns apregoam, resultou na detenção, imaginem, de dois nacionais!
As pessoas detidas tinham a sua posse quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.
Sendo que a arma era proibida, a origem do dinheiro desconhecida, e a droga na posse dos detidos não seria para dores “mestruais”, para além de que um destes era suspeito da prática de, pelo menos, oito crimes de roubo.
Acresce, que operação foi acompanhada por uma Procuradora da República e cumpriu seis mandados de busca não domiciliária.
Para culminar, no Domingo, dia seguinte às manifestações, dá-se uma rixa na Rua do Benformoso, entre grupos de imigrantes, que se saldou em várias agressões com o uso de armas brancas (facas), assim como barras de ferro, das quais resultaram vários feridos.
Ao ponto de alguns dos agredidos se terem deslocado à 4º esquadra pedindo auxilio…, imagine-se, à Policia!
Por sinal, rezam as crónicas, que estas rixas entre grupos de imigrantes rivais tendem a ser habituais, o que significa que algo não bate certo…aconselha-se a mais umas visitas de estudo por parte de alguns políticos para que se estude, a fundo, este fenómeno e se perceba se será apenas mais uma manifestação cultural que desconhecemos!
Nas relações, por norma, os opostos tendem a ter relações de paixão assolapada que, raramente, acabam em amor duradoiro.
Também na política sucede o mesmo, os Partidos de extrema-esquerda, com o Bloco de Esquerda (BE) à cabeça, vivem na permanente dependência da extrema-direita, existindo entre eles uma paixão acalorada que serve de força motriz para a existência de ambos os opostos.
Esperemos que o Partido Socialista (PS), o Partido Social Democrata (PSD), o Centro Democrático Cristão (CDS) e o Iniciativa Liberal (IL), não sejam arrebatados por esses extremos.
Os Portugueses não merecem, a Polícia também não e, seguramente, os imigrantes muito menos!