NOTA DA SEMANA: Na senda das Jornadas Mundiais da Juventude e das Navegadoras

Tendo como cenário um país que vive entre as insanidades de um autoproclamado “Reino do Pineal”, conjuntamente com a mais recente e louca petição (Declaração do Porto – Reparar o Irreparável), que exige que o “crioulo” passe a ser uma língua oficial em Portugal, já para não falar das reparações e indemnizações a conceder pela escravatura exercida pelas gentes lusas além-mundo, a par da introdução de uma censura prévia aos manuais escolares, ditada por uma Comissão de pessoas “racializadas”, embora não se perceba muito bem o alcance deste termo.

Acrescenta-se agora na agenda mediática, uma outra Petição que exige a revogação da Concordata, como se esta não representasse um acordo entre dois Estados Soberanos, Portugal e Santa Sé entenda-se, apenas para que seja assegurada a laicidade do Estado Republicano, como se dependesse desse acordo a (ine)existência dessa separação de águas.

Felizmente, neste turbilhão de estupidez que tradicionalmente marca a época de Verão, existem eventos que, pela sua grandiosidade, são superiores a tudo isso.

A espuma que resulta dessas discussões insanas, que na ausência de uma capacidade crítica de uma Sociedade amorfa e tendencialmente adormecida no conforto do sofá da sala de estar, acaba por se desagregar com o ritmo das marés noticiosas, mas que, mesmo assim, não devia deixar de a todos nos preocupar. Não pelo conteúdo das poucas ideias que contêm, mas pela impetuosidade com que são apresentadas, sustentadas numa falsa moral que é, acima de tudo, mais preconceituosa do que os preconceitos que pretende combater!

Não obstante, e como já referi, alguns acontecimentos valem pela força saudável que emanam, nomeadamente as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), marcadas negativamente apenas pela cobardia de alguns políticos que, ao cheirar de um qualquer escândalo pelos gastos na organização desse evento, logo trataram de sair de cena, regressando apenas, quando perceberam que o impacto desse acontecimento era bem maior do que os riscos para a imagem pública do cargo que ocupam.

E assim é. De norte a Sul do País, passando pelas ilhas, a mobilização para as JMJ é deveras impressionante, com milhares de jovens peregrinos, vindos dos sítios mais recônditos do Planeta apenas porque a fé os levou a isso.

Perceber a disponibilidade das famílias portuguesas para acolherem estes jovens como se filhos seus se tratassem e que, depois de uma longa jornada, finalmente regressam ao carinho e aconchego do lar, é algo de fantástico e extraordinário.

Verificar que a alma lusa é enfim, bem maior do que alguma vez tenhamos sido capazes de imaginar, apenas entendível à luz das palavras de Fernando Pessoa, “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”, é motivo de regozijo para todos nós.

Simultaneamente, milhares de Instituições da Sociedade Civil, a grande maioria delas sem qualquer apoio económico e com inúmeras dificuldades, apoiou e tem apoiado, os peregrinos que chegam ao nosso País para participar neste evento que apenas ocorre de quatro em quatro anos.

Desta forma, as JMJ representam um marco, não pela dimensão do acontecimento, mas pela essência que incorporam, suportadas nos valores da tolerância, do amor, da compaixão e da misericórdia para com os outros.

A Fé, essa, tem sempre o mesmo sustentáculo – acreditar simplesmente em algo que não pode ser materializado, mas que, mesmo assim, nos faz mover montanhas tendo como força a inabalável, e inexplicável, vontade de confiar num desígnio maior que a nossa simples existência.

Portugal vive as JMJ, tendo como referências os jovens de todo o Mundo e o Papa Francisco – um “velho” que procura nos mais novos o futuro da Humanidade e do espírito Cristão.

Por último, e porque nem sempre defender as mulheres é alimentar ideias inovadoras de pessoas multigéneros ou identidades variáveis, como tentam impor algumas tendências, uma palavra de reconhecimento para a nossa Seleção Nacional de Futebol Feminino, que cheia de brio e entrega, honra o nosso País, intitulando-se as “Navegadoras”, certamente inspiradas na epopeia dos descobrimentos – que dirão os subscritores da Declaração do Porto – Reparar o irreparável – sobre a escolha deste nome?

 Que as JMJ sejam os descobrimentos e a epopeia dos novos navegantes lusos, projetando os valores do Humanismo Cristão pelo mundo, e que tanto diz
ao Povo Português.