OLIVEIRA DO HOSPITAL: ANIVERSÁRIO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OLIVEIRA DO HOSPITAL – “103 anos de história e de entrega”

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital (AHBVOH) comemorou no domingo, dia 23 de Março, o 103.º aniversário da sua fundação, numa cerimónia onde as críticas sobre a dívida da ULS-Coimbra aos Bombeiros se fizeram ouvir.

Após cerimónia de promoções e condecorações e do desfile apedado e motorizado, a abrir a sessão solene, a presidente da Mesa da Assembleia Geral, começou por agradecer o espírito de entrega e coragem dos homens e mulheres que se dedicam à causa, considerando-os (…) «uma âncora na sociedade», pelo que a (…) «gratidão, o respeito e a esperança» devem ser relevados 365 dias por ano, considerou Maria José Freixinho.

No mesmo tom, também o comandante do Corpo de Bombeiros começou por referir-se aos bombeiros no seu todo e em particular à Escolinha e a Fanfarra, pois são eles (…) «a alma desta casa». Emídio Camacho destacou o espírito de sacrifício de todos os que, ao longo dos 103 anos têm (…) «honrado esta Associação».

Tecendo palavras de apreço a José Francisco Rolo pelo apoio incondicional da Câmara Municipal, Emídio Camacho focou a intervenção na necessidade de se assegurar (…) «um plano de reequipamento, de financiamento e um plano de incentivo ao voluntariado», pilares, considerou, para a sustentabilidade dos Corpos de Bombeiros.

Revendo-se no (…) «caminho percorrido desde há um ano até hoje», o presidente da Direcção da Associação Humanitária foi directo ao assunto que é transversal às Associações de Bombeiros do distrito de Coimbra e que se prende com o atraso do pagamento da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra), pelos serviços prestados pelas respectivas corporações.

Fazendo notar que os (…) «desafios são diários», Arménio Tavares “denunciou” (…) «a reprovável conduta» que a ULS Coimbra, à data (…) «deve-nos cerca de 200 mil euros», sendo que (…) «mais de metade é referente a 2024», acrescentou, ressalvando que apesar de tudo as EIP’s (Equipa de Intervenção Permanente) foram reforçadas – seis elementos em cada sábado e quatro elementos em cada domingo – e representam (…) «um custo que a Direcção suporta e que ronda os 1400 euros por cada fim-de-semana». Por isso, trata-se (…) «de um acto de cidadania institucional», sublinhando que a Direcção e o Comando mantêm-se atentos (…) «à imprescindível necessidade de dar meios e formação» aos Bombeiros (…) «para que saibam proteger a população que servem e a si próprios, em todas as missões de socorro a que são chamados».

Também o recém-empossado presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra (ver notícia relativa nesta edição) alinhou a intervenção com críticas à divida da ULS Coimbra, sem antes recordar o (…) «saudoso comandante Gouveia Serra) e destacar que os Bombeiros (…) «têm sido o pilar fundamental das comunidades». Por isso, insistiu (…) «é fundamental continuar a investir nas corporações», lamentando o atraso no pagamento dos serviços por parte da ULS Coimbra.

Luís Sousa revelou que aquela entidade de Saúde tem, actualmente, uma dívida de três milhões de euros com a região de Coimbra, pelo que considerou que os apoios aos Bombeiros (…) «devem ser encarados como investimento e não como uma despesa», em contraponto com o Orçamento de Estado (…) «que alocou apenas 35 milhões de euros a 437 Associações».

Reconhecendo ser necessário (…) «outro caminho para os Bombeiros», o representante da Liga de Bombeiros Portugueses denunciou que as ULS’s (…) «têm dinheiro e têm que o entregar a quem de direito». «Não sei que contas fazem», mas (…) «não asfixiem as Associações», pediu.

Sublinhando que (…) «os políticos continuam a brincar à política», Fernando Farreca mencionou a necessidade de fixar bombeiros no interior (…) «mas para isso são necessários mais apoios», deixando uma palavra de apreço às autarquias locais – que vão salvaguardando o apoio aos bombeiros – e em particular ao presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, para que (…) «não abandone os seus Bombeiros».

A concluir a sessão solene onde foi entregue o “Prémio Comandante Manuel dos Santos Gouveia Serra”, o presidente da Câmara Municipal não esqueceu o último grande incêndio que assolou vários concelhos do distrito de Viseu, mas também o de Oliveira do Hospital e Tábua, pelo que prestou singela homenagem aos três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua), que faleceram no combate à frente que assolou Vila do Mato (Midões –Tábua). «Os bombeiros estiveram sempre lá, sempre na linha da frente». «Em meu nome pessoal e em nome do Município de Oliveira Hospital, quero prestar novamente a nossa homenagem aos nossos bombeiros e às suas famílias, pelos momentos de aflição que vivem e sempre que são chamados às operações, muitas vezes de risco elevado», vincou.

Destacando os apoios anuais do Município – na ordem dos 225 mil euros às duas corporações de Bombeiros do concelho – José Francisco Rolo recordou que entre 2021 (…) «ano em que o actual Executivo se tomou posse (…) já determinámos 1,2 mil euros em apoios directos às duas corporações de bombeiros de Oliveira do Hospital e Largaras da Beira».

Tendo em conta as alterações climáticas, o autarca reconhece que o papel dos Bombeiros (…) «será cada vez mais complexo», pelo que se torna crucial mais (…) «investimento financeiro para que tenham os meios necessários para as suas missões». O autarca adiantou que o Município de Oliveira do Hospital (…) «é um dos poucos do país que conta com seis Equipas de Intervenção Permanente», três em cada um dos Corpos de Bombeiros.

Em dia de aniversário, o presidente da Câmara Municipal anunciou ainda que o Município vai oferecer duas viaturas de combate a incêndios às duas corporações e ao serviço de Protecção Civil Municipal.

Em relação às “queixas” relacionadas com o atraso de pagamento por parte da ULS Coimbra, o autarca ULS Coimbra, disponibilizou-se para (…) «estabelecer pontes» para que o assunto seja resolvido com a maior brevidade.

A concluir, José Francisco Rolo referindo-se aos novos Bombeiros, não teve dúvida em afirmar que (…) «é um orgulho olhar para aquele grupo e perceber que há lá trabalho, há lá formação cívica, que é um grupo activo. Podemos olhar com orgulho e olhar com confiança no futuro», concluiu.