ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE TÁBUA: Balanço positivo leva Ricardo Cruz a recandidatar-se

Mais do que uma entrevista, o presidente da Câmara Municipal expõe e dá para reflexão dos tabuenses todo o trabalho efectuado pelo Executivo ao longo destes quatro anos.
Ricardo Cruz destaca os investimentos sempre numa perpectiva de mais-valia para a fixação de empresas, criação de emprego e, consequentemente a fixação de pessoas.
O autarca faz um balanço positivo do seu primeiro mandato na presidência da Câmara, e apresenta projectos para o futuro do concelho, motivação q.b. para avançar com a recandidatura de toda a equipa.

A COMARCA DE ARGANIL (CA): Em ano de eleições autárquicas, que balanço faz destes três primeiros anos?

RICARDO CRUZ (RC): O balanço é positivo e superou, em muitas áreas, aquilo que estava e que foi programado e apresentado no âmbito é o compromisso com os Tabuenses e o compromisso com o Tábua, derivado das eleições de Outubro e a partir da tomada de posse de 10 de Outubro.

CA: Em relação à Educação?

RC: Conseguimos não só requalificar toda a cobertura da Escola Secundária de Tábua; uma remodelação em elevada a escala na Escola Básica N.º 1 de Tábua, nomeadamente nos locais onde trabalham as equipas multidisciplinares. Mas também com uma remodelação que houve em parceria com a DGEST.

Na Escola Básica de Midões, houve um investimento em que já há orçamentado, só para termos uma noção, mais de 19 mil euros só em requalificação de estores (que não abriam há mais de 10 anos). Prevemos futuramente requalificar também o campo exterior.

Na Escola Secundária, que efectivamente foi das primeiras a termos esta remodelação em toda a cobertura (remoção de fibrocimento). Vamos, no primeiro semestre, em Junho deste ano, iniciar as obras, portanto, já há um empreiteiro que ganhou mediante concurso público. Trata-se de um investimento de mais de 5.4 milhões de euros. É o maior investimento sempre feito em Tábua numa só infra-estrutura, e que muito me satisfaz porque, no âmbito do Ensino Básico e do Secundário, nunca houve um investimento como houve neste mandato.

CA: Quanto à Protecção Civil?

RC: Nesse âmbito e das florestas e outras áreas, desde os Condomínios de Aldeia; da renovação das faixas de gestão de combustível; a criação do Centro Municipal de Protecção Civil; o Regulamento do Apoio ao Bombeiro Voluntário, o aumento das EIP’s – que passaram de duas para quatro e em que os ordenados são suportados 50% pelo Município e 50% pela ANEPS, sendo que já validámos a criação de mais uma Equipa de Intervenção Permanente; ou seja, num futuro próximo, poderá chegar a cinco equipas, tendo em conta as nossas capacidades em termos financiamento nessa mesma matéria. Portanto, prevenção no âmbito das limpezas, a questão do BUPI, que vem também ajudar a identificar e organizar melhor, áreas empresariais, todas elas limpas de forma regular.

Aquando dos incêndios sinalizámos e apresentámos uma proposta de que pudesse aqui haver áreas de integração da paisagem, portanto, duas delas estão identificadas, mas queríamos mais, para que se reordenasse cada vez mais. Continuamos a apoiar as corporações de bombeiros. Estamos a preparar uma candidatura que ascende aos 500 mil euros, não só para reforçar os serviços e equipamentos e manutenção da Protecção Civil, mas também as corporações de bombeiros de Tábua e Vila Nova de Oliveirinha, para além da criação também de Parques de Biomassa que estão a ser feitos no nosso concelho, e das candidaturas da CIM-Região de Coimbra.

CA: Em relação à Acção Social?

RC: Continuamos a ser distinguidos como Autarquia Familiarmente Responsável, como autarquia que recebeu o processo também da SIG, da Comissão de Igualdade de Género; foi aprovada a implementação do Radar Social; a descentralização de competências com a Santa Casa de Misericórdia; e as equipas que estão ao serviço desta mesma matéria no âmbito do CLDS. Portanto, tudo congregado naquilo que é uma grande ação. Na parte social, fizemos aquilo que foi a Carta de Habitação Social e, portanto, estamos identificados e fizemos, substituímos aos proprietários, no âmbito dos protocolos que recebemos com eles, para recuperarmos as casas. Neste mesmo ano de 2025, iremos iniciar o processo de recuperação e de requalificação das casas, dando uma habitação digna a estas mesmas pessoas.

Este é um projecto que é comum com o sector da habitação e com o sector da acção social.

No conselho de Tábua não existiam edifícios onde, caso houvesse, tirando uma junta de freguesia que o tinha, caso houvesse alguma intempérie, algum problema de violência doméstica, pudesse-se acolher as pessoas. Ou seja, num sector que liga a habitação, mas também a acção social, se nas habitações indignas (que é a recuperação das casas de quem mais necessita), relembramos a recuperação de equipamentos, nomeadamente as antigas Escolas das Barras, do Espadanal, a chamada Casa da Professora em Venda da Serra e também em Balocas.

Vamos ficar com quatro equipamentos espalhados por todo o conselho que, basicamente, vão servir para acolher as pessoas temporariamente e famílias no âmbito da violência doméstica, no âmbito de algum incêndio, alguma intempérie ou, efectivamente, como outrora aconteceu com o Covid, possamos também alocar.

Relembrar que tudo isto foi feito, e iremos falar de várias áreas, num mandato que está a terminar, que está a chegar ao fim, que ainda faltam alguns meses, não fizemos 4 anos, mas já lidámos com o Covid-19, a pandemia da 2.ª fase e já lidámos também com a questão dos incêndios (Setembro de 2024).

Se falámos no âmbito das habitações indignas, que é a parte da habitação social, se falámos naquilo que é o BNAUT (Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário), temos que falar no arrendamento acessível. O arrendamento acessível é para qualquer pessoa que se queira emancipar e que não tenha casa e queira lidar com o processo de arrendamento.

Não é nada e nada tem a ver com a habitação social. São casas absolutamente normais, com a dignidade total, tanto pode ser um médico, um enfermeiro, como pode ser um operário ou como pode ser um jovem que queira sair de casa, a arrendar mediante a base que está nos critérios que irá ser feita e apresentada entre a Câmara de Tábua e o IHRU, para que, a preços tabelados, possa alugar um T1, um T2, um T3 ou um T0. E, portanto, para resolvermos um problema que existe de falta de arrendamento de casas no nosso concelho.

Só assim é que podemos atrair mais gente para viver, não só com a recuperação das casas que estão a ser feitas ao longo do concelho, e iremos já falar também no PDM sobre isso, mas, sobretudo, com uma capacidade do mercado oferecer equipamentos para arrendamento. E, portanto, nesses, já estão três em concurso, aliás, já temos vencedores para alguns edifícios e imóveis que tínhamos, e, portanto, estamos a falar da recuperação da antiga Escola do Covelo, que tem dois folgos, da antiga Escola da Serra da Moita, que ainda está em concurso público, e também na antiga Escola Vila Nova de Oliveirinha, com três folgos, e estamos a falar no montante destas duas, em cerca de 700 mil euros, só para a recuperação destes mesmos edifícios. Já estão em concurso, já há empresários que estão a concorrer para o poder requalificar aquilo que é o arrendamento, fora da vila de Tábua.

Dentro da vila irá ser, se tudo correr como estamos à espera, já temos dois projectos aprovados, estamos à espera do terceiro, de criar aqui prédios que permitam o arrendamento no edificado junto à rotunda dos Combatentes, junto à rotunda do Centro de Saúde, e depois na Avenida da Ribeira, teremos blocos que são constituídos por dois prédios, em que cada bloco tem 12 fogos, e portanto conseguiremos aqui 36 fogos, com um investimento de mais de 6 milhões de euros, para solucionar o problema do arrendamento. O problema do arrendamento só se faz com a habitação, com a construção de prédios e de infra-estruturas, que permitam as pessoas arrendarem, mas também de alguma forma, que permita aos empresários, quando querem contratar mais gente, que as pessoas possam vir viver para cá. O problema da habitação estará solucionado, pelo menos em grande parte, com este investimento no outro horário, também nunca visto.

CA: No próximo Feriado Municipal (10 de Abril) vai ser inaugurada a Área Empresarial da Carapinha…

RC: Falavam em 38 anos de objectivos e de visão estratégica para aquela área empresarial, por isso ficamos muito satisfeitos por sermos nós, este Executivo, a concluir e a iniciar o processo de construção da área empresarial da Carapinha.

Também no Feriado Municipal iremos apresentar um projecto para o alargamento da Área Empresarial de Tábua – área empresarial 2.0, área empresarial nova geração – com a criação de mais 30 lotes no nosso concelho. Esses 30 lotes não serão para este mandato, será desenhar a estrutura, a localização, o próprio projecto, mas depois para isso que está no próximo mandato, portanto já estamos a falar aqui também de um projecto de futuro bastante importante, com mais esses 30 lotes, mas estamos a falar de um aumento, de uma oferta brutal para que possamos ser mais competitivos, ser mais empreendedores e disponibilizar terrenos e áreas para que os empresários possam crescer, mas também se possam fixar novas empresas.

CA: Outros “problemas” tem sido o PDM?

RC: Apesar de ter sido revisto após 30 anos – marco histórico -o Plano Director Municipal, para o município de Tábua é sempre – e todos os municípios não têm uma total autonomia – um processo castrador do ponto de vista da autonomia de uma autarquia, contudo, há aspectos bastante positivos. Há sempre alguém que não fica satisfeito, mas há aspectos bastante positivos.

O espaço urbano aumentou nas freguesias e, portanto, esta é uma grande nota comparativamente com o PDM anterior e também salvaguardámos aquilo que é a capacidade de conseguir o crescimento das zonas industriais, onde mesmo neste PDM ficou vertido também a possibilidade da questão da zona industrial de Tábua com os mais de 30 hectares e salvaguardando essa mesma área. Portanto, salvaguardamos a questão habitacional e salvaguardamos a questão empresarial de futuro.

Lembrar que dentro das 24 entidades, a Câmara de Tábua é uma e, portanto, são 24 entidades também que opinam e que balizam dificuldades na construção daquilo que é um PDM.

CA: Outro sector que está em expansão é o Turismo?

RC: Exacto. Não só apresentámos recentemente o Portal Turístico, trata-se de um portal que visa congregar toda a oferta a nível daquilo que se faz melhor no nosso concelho a nível turístico, não só de infra-estruturas, mas sobretudo de alojamentos locais, de unidades hoteleiras, de restauração, de onde comer, onde o que fazer, onde viver, onde dormir e o que visitar. Portanto, há um portal dinâmico sobre essa mesma matéria com operação nesse mesmo sentido.

Temos vindo a ultrapassar anualmente e gradualmente, a aumentar os números que são associados às dormidas. Já no ano passado, em Outubro, tínhamos superado os números de 2023, o que quer dizer que em 2024 iremos ultrapassar em larga escala os números das dormidas de 2023. Inaugurámos o “Trilho dos Gaios um percurso com História”, com investimento também num projeto antigo, que estaria todo ele renovado e recuperado, mas também com o alargamento da sua extensão, de zonas que nunca tinham sido exploradas do ponto de vista da paisagem, da natureza e, portanto, o percurso que inicia em Tábua e termina em Vila Nova da Oliveirinha, em que o grande “ex-libris” será sempre a zona de Vale de Gaios.

Essa mesma zona está já sinalizada para fazermos uma requalificação para a zona de lazer, portanto, nesse mesmo sentido, não só imputamos um trilho lá, que tem sido um sucesso em que teve mais, só este ano, mais de 50 mil participações ou passagens, mas que efetivamente terá agora com 2.0 a recuperação da zona de Lazer. Estamos já sinalizados também naquilo que é um pacote financeiro no âmbito dos apoios europeus para recuperar a aldeia de Sevilha – açude e moinhos.

Fazendo parte da Associação Portugal-Romano, permitiu que sinalizássemos também dois investimentos: recuperação da Ponte de Sumos, em 2002, e também na Via Romana da Pedra da Sé, numa lógica de turismo também valorizando a parte romana.

Estamos já na fase final para apresentar o projecto do Centro de Interpretação do Mundo Rural, no edifício antigo matadouro, que será recuperado para esse mesmo desidrato, e fizemos uma candidatura no âmbito do Centro de Interpretação de Sara Beirão/Comendador A. Costa Carvalho, numa lógica de Turismo Literário.

CA: No que toca ao Desporto?

RC: Temos sinalizados mais de 700 mil euros para a recuperação das piscinas Municipais de Tábua, e também cerca de 300 mil euros para a recuperação na Sala Municipal de Desporto de Midões. Um aumento no nosso Ginásio Municipal, e com a parceria que temos também com os operadores privados, a ideia é que se faça um combate muito forte àquilo que é o sedentarismo, e que se possibilite que há infra-estruturas para que o nosso concelho seja uma referência nesta matéria, da qual temos vindo a receber a chancela de Município Amigo do Desporto.

CA: Quanto a Infra-estruturas, nomeadamente nas rodoviárias?

RC: Aqui desafio quem queira, de uma forma séria debater o assunto, a apresentar um maior investimento que fosse feito, além deste mandato, naquilo que são as infra-estruturas rodoviárias.

Neste mandato, já investimos 2.5 milhões de euros na recuperação de inúmeras estradas por todo o concelho. Iremos, até ao final do mandato, investir mais cerca de 500 mil euros, o que totaliza 3 milhões de euros na área rodoviária. Portanto, nesta mesma matéria, temos o maior investimento de sempre.

A questão da mobilidade não fica só por recuperar as estradas, mas também colocar mobilidade e dotar os melhores equipamentos de mobilidade aos nossos munícipes. Fizemos um investimento no Terminal Rodoviário, que previu a substituição de toda a cobertura, e iremos requalificar os alcatroamentos dentro do espaço do Terminal, porque a zona toda envolvente foi requalificada aquando a requalificação do Mercado Municipal.

Ainda neste mandato será implementado um serviço de mobilidade com investimento no interface da Moita da Serra.

Recapitulando, em termos de mobilidade não só foi feito um investimento de 3 milhões de euros – nunca foi feito um investimento tão forte em 4 anos -, mas também com infraestruturas onde apanhar o autocarro pode ser feito e um projecto de mobilidade a pedido.

CA: E como estamos de Saúde?

RC: Nesta área, a descentralização de competências que é a nossa matéria, da responsabilidade dos municípios, passa pela gestão do edifício – pagar as contas (água, luz, gás, manutenção do edifício) e os assistentes operacionais.

E ficamos por aqui. Portanto, edifício e assistentes operacionais. Estamos a ter prejuízo com a descentralização de competências que o Estado nos deu.

Só para darmos o exemplo, se o Estado nos paga 4 assistentes operacionais, no Centro de Saúde nós temos lá 6. Temos mais 2 do rácio, e estamos a suportar, da nossa contabilidade, o custo com esses mesmos técnicos.

Mas fomos mais além. Neste mandato, já aplicámos 300 mil euros na requalificação do AVAC (ar condicionado), coisas que as pessoas já não se lembram.

Temos sinalizado 700 mil euros para requalificar o edifício, que irá permitir dotá-lo com novas valências e que, se assim o entenderem, e sei que já é a intenção da actual coordenadora do Centro de Saúde de passar para uma Unidade de Saúde Familiar modelo B, e só com esta criação desta unidade é que seremos mais competitivos na atracção também de médicos.

Recentemente reactivámos e recuperámos, em interligação com a coordenação do Centro de Saúde e também com a Unidade Local de Saúde, o serviço de raios X. Isto é, o que está a acontecer neste momento, e que não acontecia sem o serviço de raios X, é que o paciente não tem que sair de lá para ir à Arganil ou a Coimbra.

Estamos a negociar com a ULS-Coimbra no sentido de conseguirmos atrair mais serviços de diagnóstico, para que Tábua possa ser um pólo centralizador. Ainda neste mandato, também por, apesar de não ser da nossa responsabilidade directa, nem da nossa competência, e aqui uma palavra ao presidente da ULS-Coimbra que, efectivamente, sempre que pedimos, abriu as vagas. E, portanto, Tábua já abriu as vagas para ocupar todos os médicos que podia ter no Centro de Saúde. Temos mais dois médicos que já estão no quadro.

CA: Em relação ao Saneamento?

RC: Posso dizer que 6 milhões de euros não chegam para sinalizar aquilo que já foi investido no concelho de Tábua neste mesmo mandato. Com a criação da AINTAR (associação intermunicipal que liga os concelhos de Tábua, Tondela, Carregal do Sal e Santa Comba Dão) o que podemos dizer é que tem feito um trabalho árduo naquilo que é a melhoria das nossas instalações.

Este ano inaugurámos o sistema de Babau, Vale de Taipa e Sevilha; se este ano já inaugurámos a rede de Carragosela, Espariz e Sinde; se este ano já inaugurámos Meda de Mouros e Pinheiro de Coja com investimentos brutais a nível dos milhões não se englobam estes 6 ou 7 milhões que vos estou a dizer; inaugurámos também a ETAR de Touriz (totalmente nova e feita para o efeito).

Não inaugurámos mas colocou-se em funcionamento o sistema de Ázere e Covelo.

Em paralelo e já com a AINTAR tivemos também a inauguração de Balocas, Venda da Esperança e Valongo que não tinha saneamento base, em que foram investidos 1.2 milhões de euros.

Também com a AINTAR temos feito ma remodelação total nas nossas infra-estruturas do ponto de vista de estarem mais monitorizadas, mais fiscalizadas, mais limpas, com análises melhores.

O que quero dizer é que se iniciamos o mandato com cerca de 68% de cobertura do saneamento, terminamos o mandato com cerca de 80%, ou neste caso 80% de cobertura, sabendo que os dados agora já se fazem pela globalidade (a percentagem feita pelos 4 municípios) passou para 85% de cobertura, e temos sinalizados em termos do futuro no saneamento para projectos ainda este mandato, a toda a zona da Carapinha (Moita da Serra e Avelar) que são projetos já sinalizados para fazermos, e também na União das Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha (iremos já apresentar o projecto para o saneamento do Loureiro); em São João da Boa Vista já implementamos o sistema do Sergudo; e o projecto para a rede de saneamento das Lameiras Remoco e São Simão.

Apesar de não estar a funcionamento, deixámos todas as infra-estruturas – porque íamos alcatroar a estrada – nas Barras, e ainda nesse projecto iremos também efectuar a ligação do Casal da Senhora a Vasco e à ETAR de Vila do Mato, sabendo que neste mandato já fizemos pequenas intervenções na ETAR de Vasco e na Vila do Mato. Fruto dos incêndios houve aqui alguns problemas, e iremos agora fazer também um investimento na recuperação na ETAR da Póvoa de Midões.

CA: E em relação às águas?

RC: Nesta área temos feito – posso dizer que já fizemos um investimento beste mandato de mais de 300 e tal mil euros, apesar das águas estarem concessionadas à Águas do Planalto – com pressão nossa e na articulação que temos na ligação com a empresa, o que temos feito é sempre que alcatroamos uma estrada nós colocamos a conduta, e só neste mandato já renovámos a rede de Águas de Barrosa e Vila do Mato, de Vila Chã e São Geraldo, de São Simão e Casalinho, em Vila Nova da Oliveirinha (o reservatório) e de Vale de Gaios (reservatório). Remodelámos ainda a rede a 3 fases em Percelada. Ou seja, a aldeia de Precelada ficou toda renovada com a rede nova; São Fagundo, Brejo, Covas e Barras. Estas últimas no ano de 2024.

Por indicação nossa ou por custos totalmente nossos e também com alguma parceria da Águas do Planalto, a localidade de Seixos Altos a quando da requalificação da calçada levou toda a conduta nova estamos a falar de mais de 60 mil euros que foram investidos em termos de condutas novas – terá agora a empresa ainda que rectificar e ligar algumas – e fizemos, já a preparar o futuro, uma das condutas principais que vem desde a ETA de Tábua, preparando já para que se possa ainda este mandato renovar toda a questão de São Fagundo/Torre. Colocámos já na rotunda dos Brazões toda uma conduta nova que permite disponibilizar água para as infra-estruturas e os empresários que estão a construir – vai nascer ali um bloco de vivendas bastante grande mais outro projeto que deu entrada na Câmara do ponto de vista de uma urbanização – deixámos já a conduta preparada para abastecer estas mesmas casas.

Estamos em fase de negociações com a Associação de Municípios do Planalto Beirão, porque são eles que depois concessionaram as águas à empresa, para a colocação de um depósito também de água na zona da Torre, para salvaguardar toda aquela zona e deixar também a possibilidade de quando for dos 30 lotes na área industrial de Tábua terem água.

Além disso conseguimos um investimento que irá se apresentar este ano de mais de 1.5 milhões de euros para a remodelação total com alta tecnologia da ETA de Tábua.

Por último dizer que, efectivamente, para terminarmos aqui a entrevista e dar este espaço à reflexão, é que nada disso se faz sozinho. Somos nós, a equipa, mais os presidentes de Junta.

Temos feito um trabalho muito sério e portanto no dia 16 de Julho de 2025, no dia que instituímos o Dia Municipal da Coesão, iremos saldar cerca de 1 milhão de euros que tínhamos de divida com as Juntas e portanto, se neste mandato já fizemos a descentralização de competências e que atribuímos todos os anos 202 mil euros a todas as Juntas, de forma global, por via da descentralização de competências, é que somam uma média de 130 mil euros por ano, fruto dos contractos inter-administrativos que são mais para aquelas questões dos apoios das escolas, etc., reduzimos cerca de 1 milhão de euros na dívida total.

Portanto, no dia 16 de Julho de 2025, a dívida Municipal às Juntas é zero, sabendo que investimos ainda muito mais.

Do ponto de vista dessa questão financeira, efectivamente, o Município não estaria de um modo tão saudável financeiramente, nós temos vindo a apresentar as propostas aos governos relativamente à possibilidade de um empréstimo financeiro, não tínhamos uma dívida muito excessiva, portanto não nos conseguiam colocar num saneamento financeiro obrigatório, parámos um bocado os pagamentos e fizemos um aumento de dívida para podermos atingir o saneamento financeiro voluntário. Neste mesmo desiderato, percebemos que a taxa de juro comercial é elevadíssima e que não nos permitia, e que, efectivamente, com os pagamentos todos que temos feito ao nível do pagamento das dívidas às empresas e tudo mais, e para termos a noção, do ano passado para este ano já reduzimos mais de 1 milhão de euros de pagamentos em atraso, até 31 de dezembro de 2024, e que neste momento não reunimos nem as condições para ir ao saneamento financeiro voluntário nem ao obrigatório.

Apresentámos uma proposta à Associação Nacional de Municípios Portugueses, a qual foi bastante acolhida, a qual foi através do FAM para que possamos fazer um empréstimo a uma taxa de juro mais convidativa do FAM para resolver algumas questões do ano passado. Ainda assim as contas estão equilibradas e portanto a ciência e aquilo que nos move e o reconhecimento que esperamos ter todos os tabuenses, é perceber que uma Câmara com estas dificuldades fez o volume de investimentos que fez e portanto não parou.

Está aqui um mandato praticamente exposto, de uma forma resumida, numa hora de conversa.

CA: Para terminar. Vai recandidatar-se?

RC: Connosco não há tabus, e por isso nós – a equipa toda – fruto do trabalho, seríamos os mesmos a dizer que não teríamos condições de nos apresentarmos a votos, se não tivéssemos cumprido os objectivos, mas com tudo aquilo que falámos e com tudo aquilo que apresentámos, melhor seria se não tivéssemos disponíveis para que os Tabuenses pudessem contar connosco por mais 4 anos. E porquê?

Não andamos, todos nós, não estamos aí o Executivo, não estamos agarrados a nada, eu em particular, mas efectivamente tudo aquilo que falámos de projectos que já foram concluídos e feitos, têm de ter mais anos de maturação, porque temos muitos projectos, nomeadamente duas áreas delas, o PRR, o PT 2030 e outra também com o Pinhal Interior, com o PRPI, onde temos sinalizados inúmeros investimentos. O que está em carteira já, para agora terminarmos porque iremos concluir, o que nos motiva não é ter uma placa na inauguração da escola secundária, mas é haver uma infra-estrutura que foi criada por este Executivo – desde o projecto, à candidatura, ao lançamento do concurso, vê-lo concluído – e ver a satisfação da melhoria da qualidade de ensino e de aprendizagem que os alunos professores e os assistentes possam ter. E portanto isso vai-nos motivar e terá que ser concluído num próximo mandato.

Se estamos a apresentar, aqui em termos de projectos futuros, mais 30 lotes para a área empresarial de Tábua, estamos também a apresentar no próximo Feriado Municipal, para o futuro, como a sinalização da primeira fase, de um Parque Urbano de Tábua. A ligação do Pavilhão Multiusos ao Estádio Municipal será uma realidade no projecto e na definição das infraestruturas. Um projecto desta dimensão terá que ter mais anos de maturação.

Se estamos aqui a tentar resolver parte do problema da habitação, com obras do PRR, o lançamento do concurso dos prédios nunca será concluído ainda este ano, o que quer dizer que este mandato ficaria a meio, apesar de ele estar concluído, ficaria a meio de muitos projectos. E é isso que nos move.

Uma valorização extrema do mundo rural, que recuperarmos as origens e direccionámos para um valor acrescentado do mundo rural, criando sustentabilidade e futuro naquilo que são os agricultores, mas sobretudo naquilo que são os pastores e as queijeiras, terá que ser sempre concluído também no próximo mandato.

A parte turística como já falámos aqui, em 2 ou 3 projectos que estão já em carteira.

Todos estes projectos que estamos a falar, não são projectos que saiam das ideias e que não tenham a capacidade de se resolver. São projectos que estão sinalizados no PT 2030 com verba. Portanto, o que estamos a falar são de projectos que vão ser concretizados, não são projectos utópicos que não serão feitos. O jardim-de-infância, porque apostamos muito na educação, terá que ser feito ainda este mandato, o lançamento do concurso e possivelmente a obra irá entrar ainda em 2025 ou irá ser iniciada em 2026.

Mas também a satisfação de ter 100 crianças com uma infraestrutura toda requalificada será sempre esse desiderato. Aquilo que falámos agora do saneamento, mas podemos acrescentar mais alguns, como a negociação do terreno para a ampliação da ETAR de Tábua.

Se queremos projectar ao longo dos anos – daqui a 10 ou 12 anos – temos que deixar o futuro preparado. Não podemos estancar. Portanto, deixaremos também na parte das águas com uma sustentabilidade total, na parte dos resíduos solos urbanos com uma sustentabilidade total e na parte do saneamento com uma sustentabilidade total.

Nas 3 áreas de factores de serviços básicos nós deixaremos Tábua projectada para os próximos anos. Na parte de educação, também com o crescimento que está, na parte da habitação a mesma coisa. A nível das empresas, a nível daquilo que é o futuro turístico, todos estes projectos estão obviamente a ser preparados para que não se faça tudo num mandato, mas também que possam consolidar.

E, portanto, essa será a motivação extra que teremos porque temos projectos, projetos esses que estão todos lançados e que serão concretizados no próximo mandato.

Portanto, essa será, sobretudo, a nossa resiliência e a nossa motivação para que nos possamos apresentar a votos no próximo acto eleitoral, com provas dadas e, sobretudo, com um projecto para o futuro de Tábua.