Nos passados dias 1 e 2 de Novembro, o Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes assinalou o Dia de Todos os Santos (em Tábua) e o Dia de Finados (na Póvoa de Midões), com duas cerimónias onde foram evocados os tabuenses falecidos na “Guerra do Ultramar”.
No Talhão dos Combatentes – cemitério de Tábua – a cerimónia serviu para evocar todos aqueles que tombaram ao serviço da Pátria nos diversos conflitos bélicos em que estiveram, e onde, para além dos dirigentes, também autarcas e familiares se juntaram.
No Dia de Finados, e como é prática do Núcleo de Tábua, foi descerrada à entrada do cemitério de Póvoa de Midões uma placa com lembra os militares falecidos: “Neste cemitério estão sepultados combatentes por Portugal”, um momento que foi testemunhado pêlos familiares dos dois militares falecidos em 1965 e em 1967 (ambos em Moçambique), pare além de elementos da direcção do Núcleo e dos autarcas Susana Oliveira e António Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Póvoa de Midões e vice-presidente da Câmara Municipal de Tábua, respectivamente.
«Esta placa é para manter as memórias vivas dos combatentes que aqui se encontram sepultados e para que a historia não seja esquecida, principalmente aos jovens desta freguesia», explicou o presidente do Núcleo.
Na ocasião, o 1.º sargento Armando Pereira Costa, destacou que os dois falecidos – que como os outros 21 combatentes tabuenses que morreram na Guerra do Ultramar – são (…) «heróis que abnegadamente dignificaram a sua pátria, deixando a sua terra e as suas famílias, partindo para o desconhecido, de onde infelizmente nem todos regressaram».
Já a presidente da Junta de Freguesia, foi o momento de dar uma palavra de conforto às famílias (…) «que ainda hoje sentem a sua ausência», garantindo que (…) «estes homens nunca serão esquecidos», recordando ainda que os soldados (…) «são verdadeiros heróis, que deixam para trás a família e os amigos para nos defenderem, sempre em busca da Paz e da Justiça». A autarca destacou também os dirigentes do Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes (…) «por todo o trabalho desenvolvido», e cujo percurso – de apenas três anos – foi assinalado por António Oliveira. «O Município de Tábua está muito agradecido, não só pelo que estamos aqui a fazer hoje, mas também com a iniciativa do Talhão dos Combatentes».
Mas (…) «porque entendemos que o passado tem que ser propagado» já que (…) «uma terra sem história é uma terra sem futuro», o vice-presidente da Câmara declarou a solidariedade institucional para com o Núcleo de Tábua da Liga dos Combatentes (…) «não só pela quantidade de iniciativas, mas, sobretudo, pela sua qualidade, que muito engrandecem a nossa terra», vincou.
Após o descerramento da placa, a cerimónia evocou os dois povoamidonenses falecidos no decurso da Guerra Colonial (ver caixa).
A tradição do Dia de Finados, remonta ao século V, quando a igreja começou a dedicar um dia por ano para rezar pela alma de todos os falecidos para que não caíssem no esquecimento.
«Por maior força de razão, cabe a todos nós, em preito de homenagem recordar, reverenciar e rezar por todos quantos combateram e morreram por Portugal», sublinhou Armando Costa, ao explicar que, por isso (…) «nos encontramos aqui hoje, simbolicamente, junto à campa do primeiro-cabo, António Ribeiro Borges que abnegadamente dignificou a sua Pátria, deixando a sua terra e a sua família, partindo para o desconhecido, de onde infelizmente nem todos regressaram, como foi o caso do Soldado Manuel Henriques Monteiro.
Primeiro-cabo, António Ribeiro Borges, morto em combate em 16 de Outubro de 1967 em Moçambique (sepultado no cemitério de Póvoa de Midões).
Soldado, Manuel Henriques Monteiro, morto em combate em 31 de Maio de 1965 em Moçambique (sepultado em Vila Cabral no Cemitério de Lichinga na campa 38-2.0, em Moçambique)